O navio polar Almirante Maximiano (H41) da Marinha do Brasil já está em Rio Grande, para a última parada em solo brasileiro antes do seguimento da viagem que marca o início da 39ª edição da Operação Antártica (Operantar). A embarcação chegou no município na manhã deste domingo e atracou no cais da Estação Naval de Rio Grande (ENRG).

Esse ano, em razão da pandemia do coronavírus e atendendo a determinação das autoridades sanitárias, não acontecerá a tradicional visitação pública e a tripulação sairá o mínimo possível. O “Tio Max”, como é carinhosamente chamado pelos militares e pesquisadores, vem à cidade para uma parada logística de carregamento de suprimentos que irão para o continente gelado.

É na Estação de Apoio Antártico (Esantar), localizada no campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que estão os materiais e equipamentos utilizados pelos participantes da expedição. Desde o ano de 1983, ela funciona como um braço operacional fundamental do setor de logística do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

No início de outubro, o Termo de Execução Descentralizada (TED) foi renovado e permitirá com isso o repasse de recursos orçamentários e financeiros à Furg, para operacionalizar as atividades logísticas do Proantar. A vigência do termo é de três anos e prevê o encaminhamento de até R$ 6,29 milhões para a viabilização do programa.

Além de preparar parte do equipamento necessário para atender às expedições científicas, que ocorrem tanto a bordo dos navios quanto nos acampamentos lançados no continente gelado, a Esantar também é gestora das vestimentas especiais para uso no ambiente antártico, as quais são emprestadas a todos que seguem para a Antártica.

Para se ter uma ideia da quantidade de equipamentos, em seu site oficial, a Esantar apresenta dados referentes as operações anteriores e os números impressionam. Na 30ª edição, realizada entre os anos de 2011 e 2012, foram embarcadas quase 52 toneladas de materiais, divididos em embarques nos navios da Marinha e nos aviões da Força Aérea Brasileira.

“Cada pessoa que vai à Antártica leva uma sacola com um conjunto de roupas e calçados apropriados à tarefa que vai desempenhar. Cada um desses conjuntos se chama andaina. Estima-se que de 2003 até o presente, por exemplo, aproximadamente 8.000 andainas foram enviadas para a Antártica pela Esantar”, diz o site.

Entre os equipamentos enviados ao continente gelado estão, além dos uniformes especiais, veículos para uso no gelo, materiais de acampamento e alpinismo, como barracas, geradores, lonas e estacas, gêneros alimentícios, medicamentos e outros mantimentos. Além do “Tio Max”, também é abastecido pela Esantar o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel (H44).