Os constantes alertas feitos pela Defesa Civil de Rio Grande, assim como as imagens veiculadas nos noticiários e na internet, mostram os efeitos devastadores da enchente que está atingindo Porto Alegre e a Região Metropolitana. Como parte do processo natural, toda essa água deverá escoar pela Laguna dos Patos e passar pelo município para ganhar o Oceano Atlântico.

O cenário de inundação ocasionado pela cheia do Guaíba e a projeção de consequências semelhantes em Rio Grande motivaram o analista de sistemas, Pablo Gafanha, a desenvolver uma ferramenta que utiliza a tecnologia a favor da população. Trabalhando há quase uma década nessa área, ele criou a plataforma Socorro Enchente (clique aqui para acessar), que permite o compartilhamento de pedidos de socorro.

“Após o trabalho, o que eu gosto de fazer é desenvolver sistemas para facilitar a vida das pessoas. Vendo o cenário atual, eu pensei em uma forma de ajudar as pessoas diante de uma situação de perigo. Foi daí que veio a ideia de criar esse site, fácil e de grande utilidade”, contou Gafanha. A partir dos pontos listados no mapa é possível direcionar os mecanismos de ajuda de forma mais eficaz.

Pablo contou que o serviço também pode ser usado por quem está em municípios que já estão enfrentando os reflexos das enchentes. “Se a pessoa estiver em Porto Alegre agora, por exemplo, entrar no site e clicar em socorro, irá aparecer no mapa o ícone de SOS onde ela está e o endereço estará escrito logo abaixo, porém eu desenvolvi ele com o foco em Rio Grande”, disse ele.

O site pode ser acessado de qualquer computador ou smartphone com sistema operacional Android ou iOS. A página inicial é composta por dois botões: um na cor verde, denominado Mapa, e outro na cor vermelha, onde o usuário poderá solicitar socorro. Ao selecionar o mapa da cidade, o visitante irá visualizar todos os pedidos de auxílio já realizados, assim como todas as informações possíveis de localização.

A iniciativa ainda não é de conhecimento das autoridades, mas permite a mobilização de voluntários. “Até então não tem nenhum órgão público sabendo do site. No momento, as pessoas que estão à disposição para ajudar entrariam no site e clicariam no botão chamado mapa. Se alguém apertou o botão de socorro vai estar no mapa um ícone com a localização e o endereço exato da pessoa que fez o acionamento”, explicou Pablo.

Ao ser questionado sobre o sentimento de criar uma ferramenta que poderá ser um elo de comunicação para ajudar a salvar vidas, ele falou sobre sua satisfação em contribuir com a sociedade. “É algo inexplicável. Só de imaginar que isso poderá ajudar alguém, chega a dar arrepios. Realmente é algo muito gratificante”, finalizou Gafanha.