CASAL DE BENTO GONÇALVES SUSPENDE VIAGEM PELA AMÉRICA DO SUL POR CONTA DO CORONAVÍRUS

  • O projeto da dupla, intitulado Crônicas na Bagagem, teve início em fevereiro de 2019, quando eles deixaram a cidade de Bento Gonçalves e chegaram em Rio Grande, a primeira parada de um trajeto que duraria 421 dias. Foto: Divulgação/Acervo pessoal

Percorrer a América do Sul, conhecer os estados brasileiros e interagir com diferentes culturas pode ser o sonho de muitas pessoas nesse momento de isolamento social. Esse foi o projeto do casal de jornalistas Carina Furlanetto e João Paulo Mileski, porém o meio de transporte utilizado para essa aventura não foi um motorhome confortável ou uma Kombi veterana, mas sim um carro popular igual aos que usamos para ir e voltar do trabalho.

O projeto da dupla, intitulado Crônicas na Bagagem, teve início em fevereiro de 2019, quando eles deixaram a cidade de Bento Gonçalves e chegaram em Rio Grande, a primeira parada de um trajeto que duraria 421 dias trocando o conforto de casa pelo espaço interno de um Renault Sandero. "A gente estava bastante ansioso se iria dar certo ou se não ia, mas a gente já começou com o pé direito essa experiência em Rio Grande e acho que foi uma boa escolha", explicou Carina.

A opção pelo carro popular se deu em razão dele ser o único que o casal possuía na garagem e por nunca tê-los deixado em maus lençóis durante outras viagens realizadas. "Passamos por alguns lugares que até passamos de cinco mil metros de altitude. Claro que por ser um carro 1.0 ele sofreu um pouco nessas condições extremas, mas não chegamos a ter grandes problemas. Até passamos por alguns terrenos onde a maioria acha que só um carro 4x4 pode ir, como por exemplo no Atacama", exemplificaram os jornalistas.

WhatsApp Image 2020-04-28 at 14.29.02 (1)João Paulo e Carina destacaram a excelente receptividade ao longo dos dez países e cinco estados brasileiros que percorreram, antes de forçar o retorno por conta do coronavírus. "Nós fomos muito bem recebidos em todos os países praticamente. Pessoas que não nos conheciam nos acolheram e eu acho que isso também foi uma das principais lições que a viagem deixou. Lembro que na Argentina a gente ficou na casa de um casal de venezuelanos que tinha pouco ou quase nada e eles não tinham nem chuveiro quente", lembrou João.

"A viagem acabou nos ensinando que a gente sempre pode ajudar as pessoas de alguma forma. Acho que essa questão de empatia que nós percebemos que nós podemos ter mais empatia que nós podemos ser mais sensíveis com as pessoas. Então essa questão da receptividade foi muito forte durante a viagem e a gente ficou muito feliz por isso", completou João. O casal também passou por situações adversas, como o furto do telefone celular de João no Equador e a subtração de um pneu do carro que tinha furado e estava sendo levado por eles ao conserto.

A entrevista completa, inclusive a forma como eles enfrentaram os primeiros dias de medidas restritivas a mais de três mil quilômetros de distância de casa, você confere clicando no player abaixo.