SÉRIE SOLDADOS DO FOGO EP. 2 - A GUARNIÇÃO DE SERVIÇO
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Na sequência, da esquerda para a direita: soldado Serrasol (COV), soldado Vasconcelos e segundo sargento Cristiano (chefe do socorro). Fotos: Rodrigo de Aguiar/Papareia News
Segundo o dicionário, guarnição é um termo militar que se refere a um conjunto de tropas destacadas para determinado local. Trata-se da equipe que está trabalhando no dia e que será a responsável pelos chamados registrados pela sala de operações. No momento de nossa reportagem, estavam de serviço no quartel do centro da cidade os soldados Serrasol e Vasconcelos e o sargento Cristiano.
Uma guarnição de bombeiro é formada por um motorista, denominado internamente de Condutor Operador de Viatura (COV), um chefe de socorro, geralmente o militar mais antigo dentre os que estão em serviço, e um chefe de linha direta. Dependendo do dia, esse número até pode ser de quatro militares, mas na maioria das vezes são três profissionais que vão no caminhão para o atendimento da ocorrêcia.
Conheça a guarnição que estava de serviço o dia de nossa reportagem
Segundo sargento Cristiano
Na corporação desde o ano de 2004, depois de aprovado no concurso, ele fez o curso preparatório em Porto Alegre e depois da formação foi imediatamente trasferido para Rio Grande, sua terra natal. O ato de estender a mão e poder auxiliar o próximo foi o que lhe motivou a seguir a carreira de bombeiro, profissão que lhe traz paz e tranquilidade.
Para ele, em cada ocorrência há um pai, uma mãe ou filho de alguém que está em perigo, mas uma em especial marcou sua atuação profissional. Durante a entrevista, Cristiano lembrou de um incêndio em um prédio onde moravam muitos idosos, porém ao chegar no local foi surpreendido por uma mulher que queria salvar o filho em meio ao pânico.
Ele também recorda que a ocorrência não era tecnicamente complexa, mas o contexto acabou deixando ela ainda mais significativa. No dia da reportagem, Cristiano estava na condição de chefe do socorro, posto geralmente ocupado pelo militar mais antigo daquela guarnição. O chefe do socorro possui uma série de atribuições, entre elas a de avaliar a cena, intermeidar os contatos com as demais instituições envolvidas no atendimento da ocorrência e salvaguardar o todo.
Soldado Serrasol
Sua relação com o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) teve início em 2016, por ser um sonho de criança e ao longo dos anos foi se apaixonando ainda mais pela profissão. Ele era o motorista do dia, função que internamente é conhecida pela sigla COV, que significa condutor e operador de viatura. Além de guiar o caminhão, é esse profissional que comanda a bomba de água no momento do combate.
Segundo ele, toda ocorrência possui uma adrenalina diferente, mas no caso do condutor, ela já começa no caminho para o chamado. Essa, aliás, é uma função em que é preciso ter um cuidado redobrado, pois por conta das dimensões e das características do veículo, não é possível pará-lo com a mesma facilidade de um carro e mesmo assim os motoristas não costumam respeitar e dar passagem quando a viatura está com a sirene ligada.
Mesmo sendo grande e extremamente pesado, o caminhão possui uma boa manobrabilidade e o tanque de água, localizado na parte traseira, conta com quebra-ondas que garante que o veículo não vá sofrer com o impacto da água durante uma frenagem brusca. Antes de ingressar no CBMRS, Serrasol trabalhava dirigindo caminhões, o que explica a facilidade e a tranquilidade no desempenho da função.
Soldado Vasconcelos
O vínculo desse militar com a instituição passa por dois momentos: o primeiro como temporário, de 2009 a 2012, e outro como servidor de carreira, a partir de 2012. A opção pelo concurso se deu pela oportunidade de desempenhar uma função e o tempo como bombeiro temporário fez com que decidisse o que exatamente queria para sua vida profissional.
Para ele, a ocorrência mais importante é a que está acontecendo, mas lembrou de uma em que estava de folga e presenciou um acidente de trânsito em uma rodovia. Nessa oportunidade, Vasconcelos precisou atuar na sinalização do local, controlar as vítimas e gerenciar a situação de forma solitária até a chegada dos colegas para realizar o resgate.
Esse acidente teve como uma das vítimas uma criança, o que na visão dele, faz com que se torne mais significativa. De acordo com ele, apesar de todo o treinamento que os militares são submetidos, o que vai ser determinante é o que vai ser feito no momento de uma ocorrência real, onde cada detalhe é crucial para o sucesso do salvamento e para que o bombeiro não se torne mais uma vítima da situação.
No próximo domingo, nós vamos apresentar a sala de operações, local onde os chamados são recebidos e os militares informados da natureza da ocorrência. Vamos apresentar o sargento Magalhães e o soldado Pitan dois dos quatro militares que atuam no espaço. A função é realizada ainda pelo sargento Suíta e o soldado Gravato. Não perca!