PELOTAS É REFERÊNCIA EM PROJETO DA OMS POR AÇÕES NA PANDEMIA

  • O projeto, que deve ser desenvolvido até novembro, vai compartilhar serviços prestados em cidades de 20 países pertencentes a cinco regiões administradas pela Organização Mundial da Saúde. Fotos: Michel Corvello e Rodrigo Chagas/PMPel

As primeiras atividades de um grupo de especialistas da área da saúde, voltadas para analisar o trabalho realizado por Pelotas no enfrentamento à pandemia causada pelo coronavírus, começaram nesta terça-feira (11). A construção de uma rede diferenciada para casos de síndromes gripais e Covid na Atenção Primária e a manutenção do atendimento de outras demandas da população estão entre os motivos para o município ter sido incluído em um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A coordenação nacional é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Instituto Fernandes Figueira/FioCruz. No Brasil, além de Pelotas, São Luís no Maranhão também faz parte da iniciativa, que busca identificar os efeitos indiretos da Covid-19 nos serviços de saúde essenciais para gestante, recém-nascidos, crianças, adolescentes e idosos. A ação só é possível devido a um termo de cooperação existente entre o País e a Opas.

"Vamos articular para que todos conheçam o que está sendo feito pelo Rio Grande do Sul, por Pelotas. É um processo de aprendizado, uma oportunidade para vocês mostrarem o que têm feito para o mundo todo", elogiou o representante da OMS, Léslie Gusmão, ao oficializar a participação da cidade gaúcha no projeto mundial.

Atendimento diferenciado

50010179647_81b166aea6_oAo saber da seleção de Pelotas para participar do monitoramento de indicadores capazes de garantir atendimento de qualidade a outras patologias e serviços ligados à saúde, mesmo durante a pandemia, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, destacou o trabalho da rede criada no município para o enfrentamento ao coronavírus.

"A cidade ser selecionada pela Organização Mundial da Saúde, pela Opas, para participar desse projeto, nos dá uma grande alegria, porque é um reconhecimento da qualidade da nossa rede de Atenção Básica e, também, do trabalho diferenciado feito pela Secretaria Municipal de Saúde, com várias parcerias, desde o início da pandemia", avaliou a prefeita.

A escolha da cidade

A coordenadora regional de saúde, Caroline Hoffmann, relatou que a Opas se interessou pela estratégia criada pela Secretaria de Saúde (SMS) por indicação do governo do estado. "Todas as coordenadorias encaminharam as ações dos municípios, mas Pelotas se destacou porque apresentou inciativas que estavam dentro dos objetivos do projeto e foi escolhida para fazer parte, o que nos orgulha muito", justificou Caroline.

O projeto, que deve ser desenvolvido até novembro, vai compartilhar serviços prestados em cidades de 20 países pertencentes a cinco regiões administradas pela Organização Mundial da Saúde. Todas são consideradas diferenciadas no trabalho de redução dos efeitos indiretos da pandemia, ocasionados pela adaptação dos serviços de saúde – o caso do atendimento exclusivo em um único turno para pessoas com sintomas gripais nas UBSs de Pelotas.

49888025967_0ac7073eaf_oReconhecimento mundial

Para a secretária de saúde, Roberta Paganini, que apresentou a estrutura montada pela Prefeitura aos coordenadores do projeto – com foco em antecipação de processos e prevenção à contaminação entre profissionais e pacientes –, a inclusão de Pelotas em grupo de cidades que se diferenciaram no combate à pandemia é sinônimo de reconhecimento do trabalho. Esforços, estes, em parceria com hospitais, universidades e todos os órgãos de linha de frente.

"Nós gostaríamos de não ter casos confirmados, nem óbitos, mas sabemos que não é possível. Mas os números de Pelotas, comparados com os de outros municípios do mesmo porte, mostram que o trabalho que estamos desenvolvendo tem resultado positivo. O olhar de instituições, com tanto conhecimento internacional na área de saúde, vai contribuir para que consigamos ampliar e qualificar o que temos feito", disse a secretária.