ECOMUSEU DA PICADA SEDIARÁ CERIMÔNIA DE ACENDIMENTO DA CHAMA CRIOULA

  • A ideia da coordenação é realizar uma transmissão ao vivo do evento pelas redes sociais, pois em virtude do cumprimento das medidas impostas pelas autoridades sanitárias, o número de cavalarianos será reduzido na cerimônia. Fotos: Rodrigo de Aguiar/Papareia News

No próximo dia 10 de setembro, às 08h30, o Ecomuseu da Picada será palco do acendimento da Chama Crioula que será repassada aos municípios integrantes da 6ª Região Tradicionalista (RT). O espaço completou neste ano 25 anos de tradição e tem como missão preservar a história da imigração açoriana no estado do Rio Grande do Sul.

Segundo o coordenador da 6ª RT, Roberto Ferreira, Canguçu seria a responsável pelo acendimento da centelha nesse ano, em um evento grandioso, como tradicionalmente acontece. No entanto, em razão da pandemia, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) decidiu por regionalizar os acendimentos pelo estado e Rio Grande irá gerar o fogo da região.

“Esse ano seria gerada em Canguçu, na 21ª Região Tradicionalista, só que com a função da pandemia, o MTG suspendeu essa geração estadual da chama e passou a responsabilidade para os 30 coordenadores, então cada um vai gerar dentro da sua região”, explicou Ferreira. Compõem a 6ª RT as cidades de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Chuí e São José do Norte.

A ideia da coordenação é realizar uma transmissão ao vivo do evento pelas redes sociais, pois em virtude do cumprimento das medidas impostas pelas autoridades sanitárias, o número de cavalarianos será reduzido na cerimônia. “Uma quantidade reduzida de cavalarianos, com todas as precauções, vão trazer ela até a prefeitura da nossa cidade”, adiantou Roberto.

A previsão da organização é de que ao longo do caminho a chama seja repassada para outros grupos de tradicionalistas que conduzirão a centelha até seus municípios. Ainda conforme Ferreira, a escolha pelo Ecomuseu da Picada se deu justamente pelo fato do local ter completado 25 anos em 2020.

20200619_154804“O lugar é espetacular! Não tinha ido lá e eu creio que muita gente da cidade ainda não foi lá. Pelo menos pela internet, pela transmissão, vão poder saber que existe alguma coisa bonita, um lugar que pode ser visitado”, destacou. A partir de agora, o momento de pensar a logística do evento, entre eles a escolha dos cavalarianos para evitar aglomerações.

Quanto à programação da Semana Farroupilha em Rio Grande, que em anos anteriores contou com desfiles na General Neto e outras atividades especiais, Roberto anunciou que por conta do avanço da pandemia as ações serão reduzidas e muito provavelmente por meio virtual. No entanto, uma reunião deverá ser realizada ainda nesta semana para definir esses detalhes.

“De qualquer forma nós vamos fazer a nossa Semana Farroupilha diferente, adequada à nova realidade, mas vamos fazer. Não podemos deixar de cultuar a nossa tradição e aqueles que nos trouxeram até hoje com esse legado de tradicionalismo e amor ao nosso Rio Grande”, finalizou Roberto.

Para a diretora-fundadora do Ecomuseu, Dulce Mendonça, que também teve uma atuação marcante na coordenação do movimento tradicionalista na região, será algo especial. “É muita honra para uma tradicionalista, como eu e minha família, do meio rural e das atividades campeiras, gerar uma Chama Crioula”, comemorou ela.

“Cavaleiros já passaram por aqui para fazer uma cavalgada da Ilha da Torotama para a Ilha dos Marinheiros, através da croa formada na Laguna dos Patos. Então temos muitas histórias por aqui. Vai ser algo grandioso para esse distrito chamado Arraial e de propriedade da família Mendonça, que chegou por aqui em 1786, direto dos Açores”, finalizou emocionada.