O QUE LEVA ALGUÉM A MATAR?

  • Maioria das mortes envolvem jovens com antecedentes criminais

O ato de tirar a vida de alguém é tipificado na lei brasileira e nas dos demais países como crime, mas mesmo assim, o que leva uma pessoa a cometer tal prática? A cidade do Rio Grande registrou na última sexta-feira o quinquagésimo terceiro homicídio, casos estes que desafiam a polícia no trabalho de investigação e instigam a sociedade a cobrar por justiça para que tais práticas sejam punidas de forma a evitarem a reincidência de atos do tipo.

Para buscar respostas sobre o que move uma pessoa a matar outra, a equipe de reportagem do blog Papareia News conversou com uma criminologista e uma psicóloga que buscaram dentro de suas áreas de formação esclarecer esta dúvida que paira sobre a cabeça das pessoas.

De acordo com a Criminologista e também professora universitária, Cláudia Peixoto, não existe uma resposta única para esta pergunta. Vários aspectos que podem levar uma pessoa a se tornar um sujeito criminoso devem ser levados em conta enquanto uma análise deste assunto passa a ser feita.

Um ponto que tem relação direta com a prática criminosa é a questão da drogadição. As maiores incidências de crimes cometidos envolvem atualmente o vício em entorpecentes e além dos crimes contra a vida, aqueles contra patrimônio também possuem grande quantidade de registros. Segundo ela, o meio em que a pessoa está inserida tem uma importância que deve ser lavada em consideração para a formação do indivíduo, pois tudo passa por uma base sólida em que esteja muito bem fortalecida a família e outros valores considerados como indispensáveis.

Outro problema que contribui muito para a reincidência na pratica criminosa passa pelo atual sistema penitenciário de nosso país, visto pela grande maioria dos países e caracterizado pelos juristas da área criminal como falido. Para a criminologista, o grande contingente de apenados faz com que as casas prisionais não propiciem a reinserção do indivíduo ao convívio social, o que acaba excluindo os ex-prisidiários de retomarem suas vidas após o cumprimento da pena imposta.

Paralelo a este problema, encontramos em nosso país políticas criminais que possuem como objetivo acalmarem a sociedade e não enfrentarem o problema de frente. Tais práticas criam assim novos tipos criminais ou aumentam à quantidade de pena, quando na verdade deveriam encontrar soluções que evitassem o inchaço carcerário e possibilitassem penas que reinserissem o transgressor na sociedade, dando assim significação a função penal. 

Já para a Psicóloga, Margarete Lobo de Oliveira, existem duas correntes teóricas: a genética e ambiental. Pela genética a explicação é de que os hábitos desenvolvidos derivam de nossa ligação genética com a família e a ambiental da influência do ambiente onde estamos inseridos.

Ela acredita que é no ambiente que se forma o caráter da pessoa e que crianças que não foram criadas da melhor forma possuem tendências de desenvolverem psicopatologias voltadas justamente para o cometimento de crimes. Com relação ao domínio que os jogos virtuais violentos podem causar em pessoas que já possuem pré-disposição para o desenvolvimento de psicopatologias, a profissional foi enfática: eles podem sim influenciar na conduta futura.

Texto: Rodrigo de Aguiar

Foto: Fábio Dutra

rodrigo@papareianews.com

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