HOMICÍDIO NO BGV É O 52º DO ANO

  • Vítima foi morta em frente à casa onde morava

Carlos Augusto Gonçalves da Rosa, 27 anos, foi executado a tiros, em frente à casa onde morava, na rua Um do bairro Getúlio Vargas. Conforme as informações, uma moto vermelha, com dois homens, pararam em frente à casa onde a vítima estava e um deles desferiu tiros na sua direção, que a princípio o atingiram na cabeça.

A vítima possuía antecedentes por tráfico e havia saído da Penitenciária Estadual do Rio Grande (Perg) há pouco tempo. Esse foi o 52º homicídio registrado no ano em Rio Grande.

Um dos líderes da comunidade, Assis da Luz, estava revoltado, assim como grande parte das pessoas daquela área. "Assistir a estes guris que se criaram dentro da nossa casa terminarem desta forma é muito triste.  Acabaram com a coletividade do nosso bairro. Acabaram com tudo". Acrescentou ainda que o BGV, um bairro centenário, que possui 46 igrejas e 28 centros espíritas, está se transformando em zona de guerra. 

Essas mortes, enfatiza Assis, vão continuar. "A violência não vai parar. Não é o que queremos, mas é o que vai acontecer. Nem a implantação do Território da Paz vai resolver. O que precisamos é inclusão e isso não vai se realizar, infelizmente", frisou ele.

Para Assis, o BGV é um bairro abandonado. "O que acontece hoje aqui é uma briga interna. E a droga está mais dentro da cadeia do que aqui no nosso bairro. As pessoas já saem da prisão marcadas para morrer. E um vai matando o outro nessa briga. E a comunidade é quem perde. Perde tudo, pois aqui não há mais coletividade. Não há mais futebol na rua, ou basquete ou capoeira. Hoje, guris de 10 anos te enfrentam, não respeitam", disse, ressaltando ainda que "o pior é que a polícia prende de dia e eles já estão soltos à noite".

Texto: Anete Poll

Foto: Fábio Dutra

Nenhuma TAG nesta notícia