BRIGADIANOS DO 6° BPM LAMENTAM A MORTE DO SARGENTO RICARDO MORENO

  • Considerado um "cachorreiro" raiz, o sargento Ricardo Moreno dividia a paixão da cinotecnia com o jiu-jitsu. Fotos: Rodrigo de Aguiar/Papareia News

Policiais que integram o quadro do 6° Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram surpreendidos com a notícia do falecimento do 2° sargento Ricardo Moreno, na noite desta quarta-feira (13). O militar, de 51 anos, atuou em Rio Grande por mais de 20 anos e no último dia 7 havia sido transferido para o 6° Regimento de Polícia Montada (RPMon), em Bagé.

De acordo com nota emitida pelo Comando Regional de Polícia Ostensiva Sul (CRPOSul), a morte ocorreu em razão de um infarto sofrido enquanto ele realizava treinamento físico em uma academia do município onde havia acabado de se mudar. Moreno chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas acabou não resistindo.

Como não poderia ser diferente, a notícia deixou os colegas que conviveram com ele ao longo das duas décadas de serviços prestados no 6° BPM profundamente tristes. Em sua passagem por Rio Grande, Ricardo integrou o antigo Pelotão de Operações Especiais (POE) e exerceu a função de comandante do Canil, fração pertencente à Força Tática.

IMG-20230914-WA0175O soldado Celso Laivas trabalhou com Moreno durante praticamente todo o período em que ele serviu no município. "Conheci ele em 2003 e de lá para cá dividimos bons e maus momentos. Foi meu irmão e colega de trabalho por 20 anos, um profissional dedicado e que amava o que fazia. Trabalhar com cães era sua grande paixão", lembrou Celso.

Integrante da Força Tática, o também soldado Carlos Centurion citou a alegria e o profissionalismo de Moreno. "Era um cara que amava a lida com os cães e estava sempre procurando evoluir como profissional. Um baita amigo que treinava e levava o jiu-jitsu como uma religião. Estava sempre brincando e de bom humor", recordou Centurion.

O soldado Valdenir Santos que atuou com Moreno no Canil falou sobre a maneira receptiva como o sargento recebia os novos colegas. “Sabia acolher o pessoal novo que chegava, dando informações e ensinando o conhecimento que ele tinha, tanto no policiamento quanto na cinotecnia e principalmente na arte marcial que ele escolheu para a vida”.

O soldado Cristiano Ávila chegou ao Canil em 2018 por empréstimo, após a conclusão do Curso de Especialização em Cinotecnia ofertado pela própria Brigada Militar e relatou o esforço realizado pelo sargento Moreno para oficializar sua transferência para Rio Grande, após ser convidado para trabalhar nessa modalidade de policiamento.

WhatsApp Image 2023-09-14 at 15.17.11“O sargento Moreno foi um ‘cachorreiro’ raiz e dividia essa paixão junto com o jiu-jitsu. Me dava total liberdade como profissional, pois dentro do Canil não há divisas ou estrelas, somos uma equipe e aqui as individualidades não se sobressaem. A partir de agora nos restam as boas lembranças”, frisou Ávila.

Hoje tenente-coronel da reserva, o ex-comandante do 6º BPM, Leonardo Nunes, destacou a dedicação de Moreno. “Ele era um profissional extremamente correto, disciplinado e dedicado ao serviço. Ele trabalhou com o Canil e mesmo nas horas de folga ia ao quartel para tratar os cães, pois tinha uma paixão pelo trabalho que desenvolvia”, disse Leonardo.

“Como profissional é uma perda muito grande para a Brigada Militar e para a família e aos amigos a perda de uma pessoa exemplar e de excelente caráter que com certeza vai fazer uma falta por todas essas questões e pela maneira como dava exemplos. A gente lamenta muito e deseja que a família tenha forças para superar esse momento”, completou o oficial.

O sargento Ricardo Moreno incluiu nas fileiras da Brigada Militar no dia 21 de dezembro de 1994. Ele deixou a esposa e dois filhos. O velório teve início às 17h desta quinta-feira (14), na capela A2 da Funerária Santa Casa, e o sepultamento ainda não teve o horário divulgado.