Nas duas primeiras décadas do ano 2000, Papai Noel e sua turma deixaram de lado o trenó para assumir em Rio Grande o comando de um ônibus do transporte coletivo. O projeto social desenvolvido na época pela Viação Noiva do Mar permanece vivo até hoje na mente dos milhares de rio-grandinos atendidos pela iniciativa.

O ex-gerente geral da empresa, Eduardo Freitas, contou que a ideia de execução foi inspirada nas ações desenvolvidas pela Coca-Cola no Natal. “No primeiro ano foram somente alguns enfeites no ônibus, sem alterar a pintura original. Ele também andava em linhas normais, sendo cada dia em uma diferente”, lembrou.

O ano em que Freitas fez referência foi 2004, quando o veículo recebeu enfeites em seu interior e desenhos natalinos na parte externa, mantendo a identificação visual da empresa. A partir de 2005, o projeto tomou outra forma e passou a contar com uma agenda própria voltada para escolas e associações de bairros.

Eduardo disse que o grande objetivo do projeto sempre foi o de propiciar um momento de alegria e de resgate do espírito natalino na comunidade, principalmente aquelas mais carentes. Prova do sucesso foi o ano de 2005, quando foram atendidas no mês de dezembro aproximadamente cinco mil crianças.

Foi também neste ano que o veículo ganhou sistemas de sonorização interna e externa, os quais reproduziam cantos de natal e mensagens de final de ano para a comunidade. A partir de 2006, a iniciativa também passou a arrecadar brinquedos que pudessem ser distribuídos para crianças em situação de vulnerabilidade social.

Nas primeiras edições do projeto, o coletivo era preparado na própria oficina da empresa, porém nos anos seguintes ganhou a contribuição de Wilmar Borges, conhecido pelo nome artístico WIlmar Pinturas. O rio-grandino permaneceu engajado no projeto por pelo menos dez anos, quando ele começou a ser descontinuado.

Borges contou que o veículo era pintado de branco na garagem e levado até sua casa na primeira quinzena de novembro. Enquanto isso, ele desenhava em um papel dois tipos diferentes de arte e levava até a empresa para que uma das duas opções fosse aprovada para dar início ao trabalho.

“Eles pintavam o ônibus de branco e entregavam aqui na minha casa, no início de novembro. Eu projetava as imagens nele com um episcópio e riscava à noite. Depois, com a ajuda do meu genro e de mais um empregado, eu pintava com a micropistola e fazia o filetamento dele todo”, recordou Wilmar.

Já sob nova administração, o Ônibus do Papai Noel retornou nos anos de 2019, 2020 e 2021, mas não obteve sequência nos anos seguintes, em razão da troca de empresa prestadora dos serviços.

E você, tem lembranças desse projeto?