TRANSPORTE COLETIVO: RIO GRANDE VOLTA A CONTAR COM ÔNIBUS ARTICULADO NO SISTEMA

  • Coletivo não apresentou dificuldades operacionais nas ruas do centro e dos bairros

Minhocão, sanfonado, entre outros: esses são nomes populares que fazem referência ao ônibus articulado, muito comum nas grandes cidades brasileiras. Em Rio Grande, por exemplo, a empresa Cotista e o DATC contaram com veículos com esta configuração em suas frotas e há pelo menos dez anos eles não faziam mais parte do transporte urbano local.

No entanto, começou a rodar nesta segunda-feira um coletivo deste porte nas linhas que atendem a zona oeste da cidade, adquirido mais uma vez pela Cotista. Por onde passa ele chama a atenção por suas características e dimensões, além de ser uma novidade para os funcionários mais novos da empresa.

Na tarde de ontem, nossa equipe acompanhou uma das primeiras viagens do veículo, ouviu usuários e coletou suas primeiras impressões. Logo que encostou no ponto em que partem os coletivos da linha Cohab - Santa Rosa, os passageiros já notaram a diferença dele para um ônibus comum.

A primeira a se manifestar foi Inês Miranda. A costureira, de 52 anos, disse que já conhece veículos com esta configuração pelo fato de ter morado em Porto Alegre durante dez anos e ter utilizado linhas que contavam com coletivos semelhantes.

Moradora do bairro Cohab IV, Inês disse que se fossem colocados mais ônibus à disposição dos usuários não haveria a necessidade de um articulado, o que precisa acontecer é uma melhor organização por parte da empresa. Ela finalizou dizendo estar curiosa para saber como se dá a dirigibilidade dele nas ruas e avenidas da cidade.

Quem achou bom, mas ao mesmo tempo estranho, foi a moradora do bairro Nossa Senhora de Fátima, Ângela da Silva. Ela esteve durante boa parte da viagem próxima da articulação e se assustava com a movimentação do piso naquele local.

À nossa reportagem ela contou ter utilizado muitas vezes um exemplar que a empresa colocou em circulação há alguns anos e torce para que sejam adquiridos mais veículos como este. Ângela utiliza o sistema de transporte coletivo duas vezes por dia e vê na escassez de horários o maior problema para os usuários, principalmente no início da manhã e final da tarde.

A técnica em enfermagem, Veridiana Martins, achou a iniciativa bastante interessante, pois dessa maneira é possível transportar um número maior de passageiros e diminuir o tempo de espera nas paradas. A moradora do bairro Santa Rosa, de 26 anos, também utiliza o serviço duas vezes por dia e, assim como Ângela, torce que a ideia seja aprovada pela administração da empresa.

O responsável por conduzi-lo pelas ruas será Vanderlei Solla. O motorista, de 47 anos, trabalha há um ano na empresa e antes de ingressar no ramo do transporte coletivo dirigiu carretas profissionalmente por 18 anos.

De acordo com ele, faltam condições de mobilidade, tanto no que se refere às estruturas das vias quanto ao investimento para a priorização do transporte coletivo sobre o privado. Solla afirmou que, se houver um sistema satisfatório, consequentemente os veículos serão deixados em maior número nas garagens e boa parte dos problemas no trânsito estarão resolvidos.

Aprovado ou reprovado?

20161010_182227No que diz respeito ao seu desempenho, foi possível constatar que ele não encontra dificuldades operacionais no centro e nos bairros, tornando-se uma alternativa para os horários de pico. Nesse caso, para bem atender a população, seria necessário pelo menos mais um para sair simultaneamente e dividir o número de passageiros, evitando assim a lotação que foi constatada por nossa equipe na viagem realizada às 17h05.

Um ponto desfavorável que foi detectado durante o trajeto tem relação com a existência de apenas uma porta para o desembarque dos passageiros, o que acaba causando atrasos na retomada do trajeto em momentos que o coletivo encontra-se lotado. Ele tem capacidade para transportar 114 passageiros, sendo 68 sentados e 46 em pé.

Antes de vir para Rio Grande ele pertenceu à frota da empresa Laranjal, de Pelotas.

Texto e fotos: Rodrigo de Aguiar

rodrigo@papareianews.com

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