Dezesseis costureiras, integrantes do grupo Arte no Praça, são responsáveis pela confecção das máscaras distribuídas gratuitamente pela Yara Brasil, em parceria com o Rotary Club de Rio Grande. O projeto, denominado Costurando Esperança, além de contribuir com a comunidade, também se caracteriza como uma fonte de renda para essas artesãs, que viram suas capacidades financeiras reduzirem em 80% por conta da pandemia do coronavírus.

Com isso, a Yara estará distribuindo no Rio Grande do Sul 36 mil máscaras, sendo 34 mil delas para Rio Grande e outras duas mil para a cidade de Cruz Alta, onde a empresa mantém unidade e que foram confeccionadas por uma empresa local. Boa parte delas já foram produzidas e distribuídas, porém as costureiras seguem trabalhando para entregar a quantidade total solicitada pela empresa norueguesa.

De acordo com a coordenadora do grupo Arte no Praça, Carla Silva, o convite do Rotary e a iniciativa da Yara permitiram que as profissionais pudessem respirar, do ponto de vista financeiro. “Algumas conseguem vender seus trabalhos pelas redes sociais, mas de um modo geral foi um alento. Uma ajuda enorme. Tanto na renda como na oportunidade de estarmos fazendo um trabalho de prevenção”, explicou ela.

Conforme Carla, em um primeiro momento foram produzidas pelas costureiras 12.500 máscaras, que foram distribuídas entre os funcionários, seus familiares, integrantes de comunidades carentes e em ações no supermercado Guanabara. Agora, elas estão atuando na produção de mais 20 mil unidades, que serão doadas, em sua maioria, à Prefeitura e disponibilizadas nas viaturas da Guarda Municipal para ser entregues a quem desobedecer a Lei da Máscara.

“Essas máscaras vão ser doadas para a Prefeitura e vão estar dentro das viaturas da Guarda Municipal. Como o prefeito sancionou a lei do uso das máscaras, os guardas não irão multar e apenas orientar as pessoas sobre o quanto o uso é importante. Se a pessoa não tem máscara, as nossas máscaras estarão nas viaturas e vão ser doadas”, completou Carla. A cada cinco minutos, uma máscara é produzida e as costureiras possuem a meta de 250 por semana.

A artesã também falou sobre o sentimento de poder contribuir nesse momento delicado. “O sentimento é de dever cumprido, de orgulho por estar participando desse projeto e saber que a gente está ali contribuindo, um pouquinho que seja, para que as pessoas entendam que é preciso ter um pouco de respeito ao próximo, obedecendo o uso da máscara e o distanciamento social”, finalizou.

Segundo o gerente do complexo de Rio Grande da Yara Brasil, Lucas Elizalde, a distribuição de máscaras é um dos projetos que mais encantam, pois se trata da possibilidade de criação de um ciclo virtuoso extremamente positivo para a comunidade. Ele também destacou a corrente do bem criada a partir dessa iniciativa, citando o aumento na fonte de renda das costureiras, a doação de máscaras para quem ainda não possui e a troca delas por alimentos não perecíveis.

“As costureiras da nossa cidade fazem as máscaras e com isso melhoramos a renda dessas famílias. As máscaras estão sendo doadas às pessoas mais necessitadas para que elas consigam se proteger. Além disso, também estão sendo trocadas nos supermercados por alimentos que são destinados a famílias em situação de vulnerabilidade social. Assim geramos um ciclo extremamente positivo para nossa comunidade nesse momento de pandemia”, finalizou Elizalde.