PLATAFORMA ABRIGOS RS SE TORNA O CANAL OFICIAL DE INFORMAÇÕES SOBRE AS NECESSIDADES DOS PONTOS DE ACOLHIMENTO DE DESABRIGADOS, EM RG
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Desde a adesão, os estudantes estão permanentemente nos abrigos alimentando o sistema com as informações de forma a manter os dados atualizados. Fotos: Divulgação/Escola de Enfermagem/Abrigos RS
Rio Grande é mais uma das cidades gaúchas a aderir à plataforma Abrigos RS. Desde o último domingo (12) é possível acessar o site e conferir em tempo real as necessidades e as condições de acomodações dos abrigos montados para receber os moradores de áreas atingidas pela elevação do nível da Laguna dos Patos.
A iniciativa surgiu em Porto Alegre, a partir da necessidade de criação de um mecanismo que integrasse com agilidade as informações geradas pelos abrigos para atender as demandas de forma eficiente. Lançado pelo secretário de inovação da capital, Luiz Carlos Pinto da Silva, o desafio mobilizou diversas pessoas em prol de seu desenvolvimento.
Depois de criada, a plataforma passou a ser adotada por municípios da Região Metropolitana, também afetados pelas enchentes. Com o avanço das águas em direção a Zona Sul, a criação de cenários de risco e a necessidade de disponibilização de abrigos, o uso da ferramenta se tornou fundamental em Rio Grande.
No município, o gerenciamento da plataforma é feito pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Além dos professores do curso e de técnicos da instituição, estão envolvidos na atividade cerca de 50 acadêmicos, vinculados aos programas de pós-graduação em Enfermagem e Ciências da Saúde.
A decisão pela adesão de Rio Grande ao sistema passou por uma análise envolvendo a Prefeitura Municipal, a Defesa Civil, o Ministério Público e demais autoridades diretamente ligadas ao controle da situação. Uma vez aprovada, teve início o trabalho de cadastramento desses abrigos junto ao sistema, atividade que foi concluída em menos de 24 horas.
A agilidade de inserção dos dados foi explicada pelo diretor da Escola de Enfermagem da FURG, Edison Barlem, como necessária em razão da elevação dos níveis da Laguna nas áreas ribeirinhas. Desde então, os estudantes estão permanentemente nos abrigos alimentando o sistema com as informações de forma a manter os dados atualizados.
“Não levamos 24 horas, pois era urgente iniciarmos o sistema por conta da previsão de elevação das águas. Então, no sábado mesmo já tínhamos os abrigos cadastrados e no domingo já tínhamos todas as informações”, explicou o docente. Com a capacidade de lotação classificada por cores, é possível saber se o local também aceita animais.
“Quando o abrigo estiver com a capacidade próxima ao máximo, ele apresentará a cor vermelha, amarela em situação de lotação parcial e verde quando estiver praticamente vazio. Se o abrigo for somente para pessoas, aparecerá a figura de um ser humano e quando também for para pets será apresentada a figura de uma patinha”, detalhou Barlem.
A plataforma também se caracteriza como uma importante ferramenta para organização da rede de solidariedade, pois são lançadas em tempo real no sistema as necessidades que vão desde gêneros alimentícios até itens como pentes e aparelhos de barbear, materiais que auxiliam os abrigados a manter condições de conforto e higiene nos abrigos.
“O aplicativo otimiza esse tipo de solidariedade, de forma que ele faz com que não sejam levadas para um mesmo local coisas em excesso, o que pode gerar dificuldades de armazenamento e risco de perecimento, como é o caso de alimentos preparados. Ele nos permite olhar as necessidades de cada local e até mesmo dos pontos de coleta”, pontuou.
Edison anunciou, ainda, que São José do Norte também está inserida e passará a ter as necessidades publicadas no sistema. “Acabamos de implementar, também através da Escola de Enfermagem, em São José do Norte, o Abrigos RS, com uma das nossas professoras atuando lá com uma equipe de voluntários”, finalizou.