PESQUISA DA NTU REVELA QUE O ÔNIBUS NÃO SE CARACTERIZA COMO VETOR PRINCIPAL DA COVID-19

  • Para o presidente da NTU, Otávio Cunha, a fase mais crítica da doença já foi superada, porém as pessoas ainda estão muito assustadas e divididas. Foto: Divulgação/Frame de vídeo

Usuários do transporte coletivo estão expostos ao contágio da Covid-19 como em qualquer outro ambiente e a suposta ligação entre o serviço com o aumento de casos da doença não pode ser comprovada. Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa realizada pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), divulgada nesta quarta-feira em uma coletiva de imprensa com jornalistas de todo o Brasil por meio de videoconferência.

Para o presidente da NTU, Otávio Cunha, a fase mais crítica da doença já foi superada, porém as pessoas ainda estão muito assustadas e divididas. “Esse estado de alerta deve permanecer até o surgimento de uma vacina que faça a população retomar a confiança”, afirmou. Ele também defendeu a existência de cautela e de atitudes proativas que tranquilizem a população e mostrem que é possível a retomada das atividades.

O estudo em questão analisou 15 sistemas de transporte coletivo, responsáveis pelo atendimento de 171 cidades, e a incidência de casos confirmados da doença. As análises aconteceram durante 17 semanas epidemiológicas, no período de 29 de março a 25 de julho, e obteve como resultado a conclusão de que não há evidências que o aumento do número de passageiros tenha levado a um aumento de casos confirmados da doença.

As cidades analisadas no país foram divididas em dois grandes grupos e no Rio Grande do Sul, o sistema intermunicipal metropolitano de Porto Alegre foi avaliado e passou a integrar o Grupo 1, em que a quantidade de viagens não sofreu significativas oscilações e o pico total de casos confirmados foram verificados somente nas últimas semanas epidemiológicas. Para dar ainda mais credibilidade, o estudo foi aprovado por três profissionais de medicina.

“Os dados coletados revelam que não há evidência de que o maior número de passageiros em ônibus leva a um maior risco de disseminação da Covid-19. O transporte público por ônibus urbano não pode ser apontado como responsável pelo aumento do número de casos, não há uma relação entre uma coisa e outra. Podemos dizer que o transporte público coletivo urbano é seguro se todos tomarem as devidas precauções”, finalizou Cunha.