MOTORISTAS DE APLICATIVOS FAZEM PROTESTO EM BUSCA DE MAIS SEGURANÇA

  • De acordo com o integrante da comissão especial de motoristas de aplicativo, Wainer Flores, o protesto serviu para mostrar à comunidade o sentimento de insegurança da categoria. Fotos: Rodrigo de Aguiar/Papareia News

Motoristas de aplicativo organizaram, na tarde desta sexta-feira, um protesto pacífico pedindo por mais segurança. Nesta semana, um profissional da categoria foi vítima de uma tentativa de latrocínio e foi ferido com um corte no pescoço, além de outros casos levantados pelos trabalhadores durante o ato.

A primeira parada foi na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde os organizadores do movimento buscaram solicitar agilidade nos procedimentos investigativos, principalmente o que apura o crime cometido contra o motorista. Em seguida, os veículos partiram em carreata em direção ao comando do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM).

20201127_161419No local, eles foram recebidos pelo subcomandante, major Anderson Castro, que os encaminhou ao auditório, onde as reivindicações e os pedidos de ajuda foram ouvidos. Na oportunidade, o novo comandante, major Oberdan, também esteve presente, assim como o comandante do CRPOSul, coronel Perachi que veio para outro compromisso na agenda.

Durante a conversa, foram levantadas diversas alternativas, entre elas a participação da Brigada Militar nos grupos dos motoristas para ser informada em caso de ocorrências de assalto. Em razão das demandas da segurança pública, o coronel Perachi sugeriu que os próprios motoristas elegessem um representante para ficar em contato direto com a inteligência do 6º BPM.

De acordo com o integrante da comissão especial de motoristas de aplicativo, Wainer Flores, o protesto serviu para mostrar à comunidade o sentimento de insegurança da categoria. “Todos os dias nós saímos de casa e não sabemos se vamos voltar ou como vamos voltar”, lamentou o representante.

“O movimento é dividido em três eixos: o primeiro é denunciar a situação de insegurança e cobrar das autoridades ferramentas para que nós viemos a nos sentirmos mais seguros. O segundo eixo é a questão de cobrar da Polícia Civil que esses últimos casos sejam investigados, as pessoas identificadas e punidas. Por último, alertar a população que ela também é responsável pela segurança”, completou Flores.

20201127_160721Nesse último caso, Wainer fez referência aos casos de pessoas que chamam veículos de aplicativo para terceiros. “Quando você chama um aplicativo para terceiros, principalmente para alguém que você não conhece ou que simplesmente pediu na rua, você está colocando o motorista em uma situação de insegurança, porque ele está carregando alguém que ele não conhece, que não tem nenhuma identificação e pode se beneficiar dessa situação”, justificou.

Flores citou dados da associação nacional que representa a categoria, que apontam que 99% dos casos de assalto acontecem em situações em que o passageiro pediu para terceiros. “A gente precisa ter essa noção que primeiro as autoridades estão cumprindo o papel delas, mas a gente precisa achar ferramentas para melhorar isso. Segundo, os culpados precisam ser punidos e terceiro, a sociedade tem que entender que também tem responsabilidade”.

O subcomandante do 6º BPM, major Castro, falou sobre o encontro e a importância do tema. “A gente teve uma reunião ontem, na Câmara de Vereadores, e hoje essa reunião no 6º BPM com uma outra parte desse pessoal e estamos acompanhando esse cenário de ações. Nós vínhamos com um momento de calma nessas ocorrências, nós tivemos mais de quatro meses sem nenhuma ocorrência e nesse mês a gente teve duas ocorrências”, informou.

20201127_161647“A Brigada vai estudar o fenômeno que está acontecendo, nós vamos analisar e continuar com as nossas operações e potencializar as operações de barreiras no município do Rio Grande. A nossa ideia é junto com outros problemas trabalhar em cima dessa situação dos motoristas de aplicativo”, completou Castro. O oficial também lembrou da importância dos registros para o 190 ou para a Polícia Civil para o planejamento das ações e até mesmo prisões em flagrante.

“A nossa comunidade tem que entender que toda ocorrência tem que ser comunicada para a polícia, seja no momento em que ela está ocorrendo, via 190, ou após o ocorrido. Caso não tenha tido o atendimento por uma guarnição da Polícia Militar, ela tem que procurar fazer o registro porque é a partir desse registro que vão ser gerados os dados para a gente estudar semanalmente as ações de polícia”.

Castro também lembrou que em 2020 foram registradas sete ocorrências envolvendo motoristas de aplicativos e que quatro delas terminaram com a prisão dos bandidos. “Isso demonstra que a gente tem uma taxa alta de trabalho positivo em várias ocorrências, desde que seja acionado via 190. Para aquelas pessoas que não querem se identificar, podem entrar em contato através do nosso disque-denúncia, no 3231-2750”, finalizou.