“Com Maria, louvar ao Deus da Vida que nos leva à plenitude” foi o lema que conduziu a 210ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em 2021. Na missa festiva, celebrada na manhã desta terça-feira (2), o bispo da Diocese do Rio Grande, Dom Ricardo Hoepers, expressou sua alegria em estar na Paróquia de São José, em São José do Norte, destacando que “essa grande Festa é a festa da presença de Maria na nossa vida”. Ele saudou especialmente as mulheres presentes na celebração, pois ali representavam todas as mães da comunidade.

Com foco no evangelho que tratou das Bodas de Caná e do papel da mãe de Jesus, Dom Ricardo frisou que Deus deu o dom da maternidade às mulheres, pois é um dom especial de cuidado. No entanto, lembrou que hoje tantas pessoas são esquecidas e até os filhos são abandonados. Por isso, a importância de recuperar essa maternidade que se perdeu, pois a vida e a sociedade se constroem a partir deste dom divino que Deus deu às mulheres.

Para Hoepers, além da maternidade, as mulheres têm outros dons, como por exemplo, o da Rainha Ester que defendeu o seu povo. “Eu tenho certeza que toda mulher tem essa força da defesa, do cuidado. É só olhar para as vidas dessas mulheres e mães; quantas vezes não tiveram que defender a família, os filhos e os valores”, questionou.  O bispo lamentou que hoje, a família está sendo cada vez mais atacada e conclamou a todos a defenderem esse lugar sagrado onde Deus constrói a sua primeira igreja, a igreja doméstica.

“Nesse tempo de pandemia, muitas de nossas casas se tornaram igrejas domésticas. Quem não tem lá em casa um altar, um santo de devoção, a bíblia aberta? Quem não acendeu uma vela pedindo a Deus para que a pandemia cessasse, para que viesse logo a vacina?”, perguntou, concluindo que o nosso lar é um lugar sagrado, assim como a igreja. E alertou que cada um precisa fazer de sua casa uma igreja doméstica, um lugar de oração, um lugar de diálogo, onde Deus tem espaço dentro de cada casa.

Se as mulheres receberam esse dom de proteger e de cuidar, imagine Nossa Senhora, a mãe de Deus. Dom Ricardo lembrou que a mulher do Apocalipse pode ser a imagem da igreja, mas também a imagem de Nossa Senhora. “Vocês não têm esperança de que vamos vencer o mal, que vamos superar essa pandemia? Se não têm, comecem a ter porque a fé nos leva a crescer na esperança. Dias melhores virão, vamos acreditar, vamos rezar por isso”, convidou Dom Ricardo.

Para o bispo diocesano, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é a imagem da mulher que enfrenta as águas. Porque Maria soube ficar em pé, aos pés da cruz. “Por isso, em sua virtude, a mãe de Deus nos ensina a ficar de pé mesmo na hora mais difícil. Nossa Senhora dos Navegantes é a mãe de Jesus, é a mãe que nos ensina a protegermos nossos filhos, a cuidarmos de nossas famílias, a enfrentarmos as intempéries da vida”, concluiu.

Dom Ricardo orou: “Obrigado, Maria, Mãe de Jesus, Nossa Senhora dos Navegantes, porque nos coloca nesse barco da vida e não nos abandona. Está junto de nós. Está do nosso lado. Obrigado, mãezinha do céu, porque acalma as tempestades e porque nos dá a segurança de que o barco vai chegar no porto de Jesus, na salvação que esperamos”. “Que Nossa Senhora dos Navegantes nos proteja, nos ilumine e nos abençoe. Amém!”, concluiu.

O padre Luiz Fernando Silva da Matta, responsável pela Paróquia São José, avaliou que a Festa dos Navegantes, mesmo com as restrições, a participação dos fiéis nas novenas e missas atendeu às expectativas. “O evento foi uma grande emoção, acontecendo em meio à pandemia, ou seja, na travessia, com fé e esperança, no mar agitado das vidas das pessoas que creem no Deus da vida e Senhor da humanidade, sob a intercessão de Nossa Senhora dos Navegantes. Pois, como diz a música, É Maria, a Mãe de Jesus. É Maria, a Senhora da Luz”. “Se caminhamos com Maria, caminhamos com Jesus”, finalizou o padre.