DOAÇÃO DE ÓRGÃOS FOI TEMA DE ENCONTRO NA PRAÇA XAVIER FERREIRA

  • A atividade aconteceu no interior da praça Xavier Ferreira e contou com a participação da comunidade, integrantes da área da saúde e também de transplantados

A doação de órgãos é um assunto que poucas vezes está presente nas rodas de conversas e a justificativa é que para a grande maioria das pessoas ele está ligado a morte. No entanto este é um ato que permite salvar pelo menos oito vidas e foi com este objetivo de conscientização que ocorreu, na tarde de ontem, a segunda edição do Piquenique da Doação.

A atividade aconteceu no interior da praça Xavier Ferreira e contou com a participação da comunidade, integrantes da área da saúde e também de transplantados, como é o caso do próprio organizador do evento, João Campello. A programação contemplou, ainda, uma apresentação de taekwondo feita por alunos da academia Corpo em Ação.

De acordo com Campello, a primeira edição ocorreu em março deste ano, na sede da Unidade Básica Saúde da Família Doutor Salomão, no bairro São Miguel, e na oportunidade mais de 200 pessoas debateram sobre a importância da doação. Para ele, este é um assunto que deve ser visto como um sinônimo de vida e é preciso que a família, além de estar ciente da vontade da pessoa, autorize a retirada dos órgãos no momento do anúncio da morte.

DSC_1075Transplantado há 18 meses, o rio-grandino disse que seguirá atuando na conscientização das pessoas pelos lugares em que passar. “Onde uma pessoa sair entendendo o que eu tenho pra falar já vai ser muito importante. Antes da pessoa dizer que não é doadora é preciso que ela entenda o que é a doação de órgãos”, explicou.

A consultora científica da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves – AFAG, Geisa Luz, aproveitou o momento para esclarecer os participantes sobre os mais variados tipos de doenças raras, como a fibrose cística, e também a importância do tratamento correto e precoce. “Apenas cinco por cento dessas doenças possuem tratamento específico, desde que tratadas a partir da descoberta. O tratamento precoce e adequado é o caminho para uma maior qualidade de vida”, concluiu ela.

Quem também esteve presente no evento foi a técnica em enfermagem, Tatiana Fernandes. Trabalhando na função há mais de uma década e há seis no setor de transplantes, da Santa Casa de Porto Alegre, é ela que recebe e organiza os preparativos para o encaminhamento dos pacientes em fila de espera para a realização das cirurgias, quando é emitido o alerta de que um órgão está a caminho.

DSC_1100“Toda vez que eles chegam para a cirurgia a gente vê no rosto deles a esperança de uma vida nova”, acrescentou. Tatiana é responsável, ainda, pelo atendimento dos pacientes no pós-transplante.

Em Rio Grande existem, aproximadamente, 150 transplantados e outros sete estão neste momento em fila de espera. A ideia de Campello é lançar no município um banco de medicamentos e com isso facilitar para os pacientes o envio dos remédios necessários para o tratamento pós- operatório.

Após as explanações dos organizadores, uma confraternização com os participantes foi organizada e os alimentos doados por quem passou pelo local foram repassados à uma família carente da cidade. Uma terceira edição do encontro está sendo preparada para o mês de outubro.

Texto: Rodrigo de Aguiar

Fotos: José Silveira

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