DA LOCUÇÃO DO TURFE AOS DOMINGOS PARA O TIME DE NARRADORES DA GAÚCHA


O mês de janeiro é aquele em que geralmente as pessoas estão de férias ou reservam alguns dias para a realização de uma programação especial, seja ela com os amigos ou em família. Pensando nisso, resolvemos brindar você que nos acompanha com mais uma edição do quadro Papareia News Entrevista. É através dele que conversamos com rio-grandinos que se destacaram ou estão se destacando no cenário estadual, nacional e internacional.

E o nosso convidado deste domingo se encaixa perfeitamente nessas três subdivisões. Você, que é ouvinte de rádio, certamente já deve ter ouvido a voz dele em alguma jornada esportiva. Ele já narrou recentemente gols do Internacional, do Grêmio e até mesmo do Leão do Parque. Já sabe quem é?

Estamos falando de Gustavo Manhago, rio-grandino e integrante do time de narradores da rádio Gaúcha. O jornalista conversou conosco e o resultado dessa entrevista você confere logo abaixo.

Papareia News – Gustavo, como que o jornalismo surgiu na tua vida?

2Gustavo Manhago - Iniciei no jornalismo como narrador de turfe, em 7/9/1987. Tinha 12 anos. Quando criança, acompanhava meu pai nas corridas de cavalo do então Hipódromo da Vila São Miguel (hoje Shopping Praça RG). Era o programa de todos os domingos. Entre um páreo e outro, ficava com meu irmão José Luís, jogando futebol. E quando corria o páreo, nós parávamos e subíamos no muro lateral a pista para assistir.

Eu então, imitava os narradores de turfe da época, narrando a corrida. Meu pai me deu um gravador e eu ficava treinando, gravando e ouvindo minha voz. Até que na data citada anteriormente, um amigo do meu pai, lhe apresentou o radialista Marcos Rizzon, no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre, que me proporcionou a primeira chance em rádio, narrando uma prova na já extinta Rádio Gazeta de Porto Alegre.

Dali em diante, seguia narrando eventualmente, quando ia a Porto Alegre, até ser contratado, em 1989, pela Rádio Minuano, agora com 14 anos. Do turfe, passei a narrar futebol e outros esportes. Passei pelas três rádios de Rio Grande, pelo Jornal Agora até chegar a RBS TV, em dezembro de 1995. Fiquei 20 anos e desde dezembro de 2015 estou na Rádio Gaúcha.

PN - Qual o grau de contribuição da RBS TV Rio Grande para a tua vida profissional? Existe algum momento que gostas de lembrar desse período?

6GM - Minha passagem pela RBS TV Rio Grande foi fundamental para o aprendizado de base que só o interior te possibilita. Tu exerces as mais variadas funções ao contrário da capital, onde tu só executas a tua especialidade. Lembro de muitas coberturas, mas o que me marcou muito foram as ancoragens dos debates eleitorais para prefeito, em 1996 e em 2000. Além da cobertura da morte do prefeito Wilson Mattos Branco.

PN - Quais são os principais desafios que um jornalista/radialista do interior encontra pela frente ao chegar para trabalhar em uma capital?

GM - Quando cheguei na Gaúcha, mais recentemente, eu já tinha uma bagagem de 20 anos na TV, do mesmo grupo. O que de certa forma facilitou a convivência com os colegas e a aceitação dos ouvintes. Quando cheguei na TV, em Porto Alegre, em 2007 (ao sair de Rio Grande, passei por Santa Rosa, Bagé e Santa Cruz do Sul), foi um pouco mais difícil, pois tu precisas realmente provar que tens capacidade de entrar no meio.

O segredo é foco, humildade e trabalho. Unindo os três, não tem erro. Outro fato importante é que na TV, fiz 18 anos de gestão de pessoas. Narrava eventualmente. Agora não, foco na narração. É o que mais gosto de fazer.

PN - Como se deu a tua chegada na rádio Gaúcha e como recebestes a notícia de que serias um dos integrantes do time de narradores da emissora?

8GM - Foi maravilhoso. Fui muito feliz nos 20 anos de RBS TV. Mas tenho sido mais feliz neste um ano de Rádio Gaúcha. Ao encerrar meu ciclo na TV, em junho de 2015, recebi uma ligação do Pedro Ernesto Denardim, narrador número um do Brasil. Era uma sondagem se eu realmente narrava como ele ficou sabendo.

Falei que sim, só que eram 20 anos sem trabalhar no rádio. Mas que tinha noção e inclusive havia vencido um concurso da própria Rádio Gaúcha: o "Narrador do Futuro", em 1993, na categoria juvenil. Nunca a Rádio havia me contatado para uma chance. Agora queriam um novo narrador e chegaram a meu nome.

Me pediram um teste de gravação de um jogo que aconteceria na mesma noite. Fiz e gostaram. A partir daí, as negociações avançaram e em seis meses fui apresentado aos ouvintes, em dezembro do mesmo ano. Uma mudança radical na forma de fazer jornalismo, mas que como citei anteriormente, me faz um cara muito feliz neste momento.

Por: Rodrigo de Aguiar

Fotos: Arquivo pessoal do jornalista Gustavo Manhago

rodrigo@papareianews.com

Nenhuma TAG nesta notícia