ANTP DIVULGA GUIA PARA NORTEAR PREFEITOS E VEREADORES SOBRE NECESSIDADES DO TRANSPORTE
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Na visão do superintendente, os novos prefeitos terão pela frente um sistema que foi bastante prejudicado e precarizado, por isso a iniciativa de se sugerir ações emergenciais já no primeiro ano de mandato. Fotos: Divulgação/Frames de vídeo
Em uma live realizada na manhã desta sexta-feira, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) apresentou um guia elaborado para nortear prefeitos e vereadores que assumirão seus mandatos a partir de janeiro de 2021. Denominado Transporte Público nas Eleições 2020, o encontro contou com a participação de representantes da Associação Nacional dos Transportadores Urbanos (NTU), da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus e do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana.
A apresentação do material foi realizada pelo superintendente da ANTP, Luiz Carlos Néspoli, que explicou que o guia teve como principais eixos de propostas a transparência, um novo modelo de contratação do serviço, infraestrutura, custeio, financiamento, padrões de qualidade, comunicação e desenvolvimento social, e ações emergenciais. Segundo Néspoli, esses são pontos que já eram de conhecimento dos transportadores, mas se tornaram mais comuns durante o período de pandemia.
Na visão do superintendente, os novos prefeitos terão pela frente um sistema que foi bastante prejudicado e precarizado, por isso a iniciativa de se sugerir ações emergenciais já no primeiro ano de mandato. Ainda conforme o gestor, é necessário passar a falar sobre o contrato, debater questões como custos, padrões de qualidade, receita, oferta, entre outros pontos. Néspoli também destacou a importância da necessidade de criação de condições para a obtenção de recursos extratarifários.
“Caberá sempre ao poder público organizar o sistema de transporte. A ele cabe estudar as necessidades e a demanda. Ocorre que o sistema de hoje está baseado exclusivamente em uma receita que vem da demanda. Ele é muito sensível à redução de demanda e se tornou dramático durante a pandemia”, afirmou Néspoli. Nesse sentido, ele frisou que as cidades precisam entender que elas têm sim responsabilidade sobre a produção do transporte.
Como ações emergenciais para amenizar os impactos causados pela pandemia, Luiz citou a necessidade de aporte de recursos, a repactuação dos contratos vigentes, o escalonamento das atividades urbanas, redução do tempo de viagem e a melhoria do funcionamento dos terminais para evitar aglomerações e longos tempos de espera.
Questionado pela reportagem do site Papareia News, sobre o fato do poder público sustentar que o transporte coletivo é um vetor do vírus, ser um desconhecimento dos gestores ou uma tentativa de jogar a culpa do contágio para o ônibus e encobrir os verdadeiros problemas que causaram o caos na saúde pública, o presidente da NTU, Otávio Cunha, respondeu que o serviço é absolutamente seguro, mas os passageiros também precisam fazer sua parte.
“Hoje, se as pessoas usarem máscara, se buscarem estar com as mãos higienizadas antes de entrar no ônibus e depois de saírem dos ônibus, você estará bem protegido para não ser contaminado ou contaminar as pessoas. Evidentemente que precisa, também, de uma responsabilidade de cada um, se ele tem sintomas, não vai andar no transporte público e nem sair de casa”, afirmou Cunha.
“É possível que a gente consiga conviver com esse vírus, enquanto não aparece uma vacina, nós não vamos ficar paralisados e não vamos provocar pânico. O transporte público coletivo pode ser seguro e não há evidencias até agora demonstrando que o transporte público, pelo fato de ter mais pessoas juntas, possa ser um vetor de contaminação ou de disseminação da doença”, completou.