EMPRESAS DO TRANSPORTE COLETIVO PROJETAM PREJUÍZO DE R$ 1,5 MILHÃO POR CONTA DO CORONAVÍRUS

  • A administradora contou que a grande preocupação do setor é com relação ao tempo para a retomada das atividades, as quais não recebem nenhum tipo de subsídio do governo. Foto: Rodrigo de Aguiar/Papareia News

O número de usuários do transporte coletivo em Rio Grande vem reduzindo bruscamente com o avanço do coronavírus e as medidas adotas pelos órgãos sanitários para a prevenção do contágio. Com a recomendação da quarentena e o consequente isolamento social, os veículos estão circulando vazios durante a semana e a tendência é que esse movimento diminua ainda mais nos próximos dias.

De acordo com a gerente operacional da Noiva do Mar Mobilidade, Edneuman Assunção, em um intervalo de apenas sete dias, a demanda caiu em torno de 65% e deve chegar a casa dos 70% até o final dessa semana, quando novas medidas deverão ser adotas pela Secretaria Municipal de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança (SMMAS). Por conta disso, estão sendo tomadas algumas decisões para minizar os impactos operacionais.

Entre elas está a concessão de férias coletivas, a partir do dia 1º de abril, e a flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários do setor administrativo. Inicialmente, foram liberados os colaboradores que estão incluídos no grupo de risco e logo após aqueles que possuem férias a vencer nos meses de abril, maio e junho. Edneuman explicou que o cenário será constantemente avaliado, não descartando a liberação de quem possui férias a vencer nos meses além do inicialmente previsto.

A administradora contou que a grande preocupação do setor é com relação ao tempo para a retomada das atividades, as quais não recebem nenhum tipo de subsídio do governo. Edneuman garante que, diferente da aviação civil, não houve até agora nenhuma medida que permitisse oxigenar o futuro do sistema de transporte no Brasil. Juntas, as empresas Noiva do Mar Mobilidade e Transpessoal estimam um prejuízo de R$ 1,5 milhão para o mês de março e o dobro para abril, caso essa situação ainda persista.

Para ela, as medidas passariam, a nível federal, pela revisão das gratuidades federais e a revisão dos encargos trabalhistas. No âmbito estadual, deveria ser discutida a revisão do ICMS sobre o óleo diesel e a nível municipal, a desoneração do ISSQN e das taxas de gerenciamento, além da revisão das gratuidades municipais. "Se cada esfera cumprir o seu papel, talvez as empresas consigam se restabelecer. Mas, se os governos não tomarem alguma atitude, a conta vai sobrar para o usuário comum", lamentou.

Com a determinação de fechamento dos estabelecimentos comerciais, a SMMAS deve implantar uma escala de operação emergencial para que as empresas consigam atender aqueles que trabalham nos serviços considerados essenciais e quem necessite realizar procedimentos médicos.