ARTIGO - A CIÊNCIA E A ARTE DO GESTOR DE TOMAR DECISÃO

  • É pertinente avaliar a chegada de novas tecnologias, principalmente aquelas que surgem com a Inteligência Artificial. Essas prometem resolver problemas no lugar do gestor. Foto: Divulgação

Tomar uma decisão pode ser uma missão muito difícil. Quanto mais opções temos, mais difícil tomar decisão. Imagine estar em um corredor de supermercado e ter que escolher entre cinco opções de marcas diferentes de um mesmo produto. Aí vem as diferenciações: qualidade, preço, história de cada produto. Afinal, como tomar as melhores decisões?

O Administrador (ou gestor com outra formação) que não é dono do próprio negócio onde trabalha, tem o papel de tomar decisão para um negócio que não é seu, tendo que tratar como se fosse seu. Internalizar os objetivos organizacionais, num processo de institucionalização é um desafio para as organizações modernas.

Com isso, surgiu o endomarketing e os incontáveis estudos de cultura organizacional. Quando a pessoa é um empreendedor é mais fácil compreender essa missão de tomar decisões que vão impactar o futuro do seu negócio, mas tem o peso de tomar decisões que mudam a vida de seus funcionários, fornecedores e clientes.

Entender essa lógica toda introduz o fato de que tomar uma decisão deve ser amparado pela ciência e também por elementos que aqui vamos chamar de arte. Quando falamos de ciência podemos abrir um leque de opções que as ciências administrativa e econômica apresentam para um gestor.

Se pegarmos no marketing e focarmos no digital, hoje as métricas que as plataformas de anúncios (as redes sociais) apresentam para quem faz uma veiculação são muito importantes para tomar decisões. Observar as características diversas de quem mais interage com os produtos ou serviços faz com que os gestores tomem decisões mais assertivas.

Também vale lembrar das pesquisas que podem ser feitas. A famosa pesquisa de satisfação, que avalia a percepção do cliente com o seu serviço, é um importante instrumento para medir os empreendimentos. Ainda cabem todas as métricas financeiras e operacionais que existem, após tantos estudos na área da gestão, que dão suporte aos tomadores de decisão.

É pertinente avaliar a chegada de novas tecnologias, principalmente aquelas que surgem com a Inteligência Artificial. Essas prometem resolver problemas no lugar do gestor. A partir do algoritmo, os sistemas serão capazes de decidir os rumos de organizações, o que vai também impactar a vida humana. A grande discussão ética é o quanto essas máquinas são capazes de substituir o homem e se essa substituição será agressiva a ponto de destruir a primazia da inteligência humana.

A discussão ainda será grande. Mas o que é arte na tomada de decisão? As experiências que uma pessoa viveu, os elementos que compõem um perfil capaz de analisar os sentimentos de uma equipe, o poder de persuasão e influência de um gestor e aquele famoso “feeling” que às vezes vai contra tudo e todos e produz uma inovação surpreendente são elementos que dão um toque de arte no trabalho de gestores.

Esses elementos revelaram pessoas extraordinárias ao longo da história, que deixaram suas gerações “de queixo caído” com tamanha sabedoria, inteligência, comunicação, liderança e inovação. Tudo partindo de tomadas de decisões assertivas.

Observando esse contexto e a importância das tecnologias que apoiam a tomada de decisão, criadas a partir de programadores capazes de influenciar essa “inteligência”, a pergunta que ainda não podemos responder é: será capaz a Inteligência Artificial tomar decisão no lugar da inteligência humana? Ainda há muitas perguntas a serem respondidas pela história!

Bruno Soares Rios

Administrador e consultor de negócios

CRA RS 052472/O