COLETIVA DETALHA OPERAÇÃO HINTERLAND DESENCADEADA PELA PF E RF NESTA QUINTA-FEIRA

  • Durante os dois anos de investigação a Polícia Federal concluiu que a organização criminosa exportou 17 toneladas de drogas, sendo que 12 delas foram apreendidas. Foto: Divulgação

Em uma entrevista coletiva, no auditório do Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), a Polícia Federal e a Receita Federal detalharam a Operação Hinterland desencadeada em Rio Grande, Balneário Camboriú e Itajaí nesta quinta-feira (30). O objetivo da ação foi o de desarticular uma organização criminosa investigada pelo envio de aproximadamente 17 toneladas de cocaína para a Europa.

Participaram da coletiva de imprensa o superintendente regional da Polícia Federal, Aldronei Rodrigues, o diretor de investigação e combate ao crime organizado da Polícia Federal, Ricardo Saadi, a procuradora da república, Paula Martins Costa Schirmer, o superintendente da Receita Federal, Altemir Linhares de Melo, e o delegado de repressão a drogas da Polícia Federal, Cleberson Alminhana.

De acordo com Aldronei Rodrigues, a operação deflagrada hoje se caracteriza como uma quebra de paradigmas do crime organizado, uma vez que havia o envolvimento de um operador portuário. A investigação apontou que os funcionários e clientes não sabiam da atividade ilícita que era praticada pela alta cúpula da empresa que possuía conhecimento das questões aduaneiras.

O diretor de investigação e combate ao crime organizado da Polícia Federal, Ricardo Saad, afirmou que a operação desencadeada hoje é um modelo a ser seguido pela instituição em todo o país. Segundo ele, o combate eficiente ao crime organizado é realizado com base em três pilares: cooperação entre as instituições; cooperação internacional; e a descapitalização das organizações criminosas.

A Operação Hinterland investigou o chamado ciclo completo do tráfico de drogas, pois buscou informações desde a produção do entorpecente, passando pelo caminho até o Brasil e sua exportação para a Europa. O trabalho da polícia apontou que droga chegava em Rio Grande e em Itajaí por via rodoviária, onde era armazenada e carregada em contêineres que seguiam viagem de navio.

Nos portos de destino, a célula da organização criminosa na Europa furtava a parte da carga regular que continha a droga. Durante a operação, foram apreendidas sete armas de fogo, 20 automóveis, uma aeronave, um motorhome, um jet sky, documentos e as quantias de US$ 4 mil e R$ 265 mil, além do cumprimento de ordens judiciais para bloqueio e sequestro de bens. Duas das 15 prisões foram em Rio Grande.

De acordo com nota encaminhada pela Polícia Federal, “a Operação Hinterland teve início em março de 2021, a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316 quilos de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto do Rio Grande”. Ao longo dos dois anos de investigação, a polícia concluiu que o grupo movimentou 17 toneladas de drogas, das quais 12 foram apreendidas.

Ainda conforme a Polícia Federal, depois de chegar aos depósitos, “a droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e a coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas”. O entorpecente produzido no Paraguai entrava no país por Ponta Porã - MS e seguia por via rodoviária até Rio Grande e Itajaí.