COMEÇA A CAPACITAÇÃO DE PRODUTORES DE MEL QUE FAZEM PARTE DO PROJETO POLINIZANDO O PAMPA

  • A iniciativa visa à restauração de ecossistemas por meio do incremento da polinização feito através do manejo sustentável de espécies de abelhas nativas no sul do Brasil, como é o caso da abelha Jatay. Foto: Divulgação

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do Brasil. Para fortalecer ainda mais a produção gaúcha, além de proteger a natureza, o projeto Polinizando o Pampa incentiva a criação de abelhas Jatay, uma espécie sem ferrão e tem a parceria da Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria da Pesca, Agricultura e Cooperativismo da Prefeitura do Rio Grande com a empresa Halinski Soluções Ambientais e Estatísticas.

A prefeitura selecionou 15 produtores para participar da iniciativa. Desde a última segunda-feira (21), eles começaram a receber, de graça, dez caixas com as abelhas, cursos sobre como cuidar das colmeias, extrair o mel e um acompanhamento durante dois anos. Além disso, o projeto também contará com Educação Ambiental nas escolas da região, jardins urbanos e diversos materiais educativos sobre abelhas. A primeira etapa do projeto será realizada no Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMAR).

Restaurar biomas e gerar renda fortalecendo a cultura do mel

A iniciativa visa à restauração de ecossistemas por meio do incremento da polinização feito através do manejo sustentável de espécies de abelhas nativas no sul do Brasil, como é o caso da abelha Jatay, uma espécie de abelha sem ferrão excelente para novos criadores, pois é bastante rústica, se adapta bem a vários ambientes, produz mel saboroso e suave, além de própolis, cera e pólen. Essa abelha contribui para reprodução das plantas nativas e cultivadas, trazendo aumento na qualidade e na quantidade de frutos por ela polinizados.

Para ter acesso a todos os benefícios do projeto, os participantes terão que atender uma série de exigências, como manter as atividades pelos 24 meses do projeto, participar da capacitação gratuita, receber mensalmente os pesquisadores em sua propriedade e responder questionários socioeconômicos e ambientais durante o projeto. Além disso, o produtor também deve prover de um local adequado para a instalação da colmeia, assim como se comprometer com os cuidados e monitoramento dos animais, utensílios básicos e com a colmeia como um todo.

Na opinião do secretário do meio ambiente, Pedro Fruet, o projeto irá contribuir para a sustentabilidade na região, compatibilizando alternativas de renda para pequenos agricultores locais com a conservação da natureza. Ele destacou as regiões que foram selecionadas para o projeto.

“São áreas de relevante interesse socioambiental para a cidade do Rio Grande: Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico - unidade de conservação Estadual que está próxima da região da reserva ecológica do Taim, que é uma unidade de conservação federal; Área de Proteção Ambiental Lagoa Verde (APA da Lagoa Verde) - unidade de conservação municipal; e Ilha dos Marinheiros, que embora não sendo uma UC, é uma região de grande valor cultural e onde se desenvolve muita atividade agrícola”, destacou Fruet.

Ações humanas ameaçam as abelhas

Existem cerca de 300 a 400 espécies de abelhas sem ferrão no Brasil, país mais rico do mundo em variedades desses insetos. Mas especialistas acreditam que, num futuro bem próximo, somente dez espécies poderão ser salvas da extinção. Sua preservação é importante devido ao papel fundamental que desempenham na cadeia biológica: fazer a polinização e garantir, dessa forma, a continuidade das espécies de flores de onde insetos e outros animais retiram seu alimento.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 75% da produção mundial de frutas e sementes para o consumo humano depende da ação de polinizadores. Diante desse cenário o projeto tem vários desafios, um deles é evitar a extinção das abelhas melíponas que estão sendo ameaçadas por ações humanas que degradam o meio ambiente, como o uso de defensivos agrícolas, destruição de florestas e retirada de colmeias de abelhas nativas da mata. A proposta básica é estimular a conscientização ambiental e cidadã.

Assessoria de comunicação