Com a chegada da pandemia do coronavírus, em março de 2020, houve um aumento do número de veículos nas ruas e o transporte coletivo de Rio Grande passou a registrar atrasos de cerca de 20 minutos no tempo de viagem das linhas que utilizam a ERS 734. Com a opção pelo transporte individual, a via de pista simples sofreu com o inchaço repentino e a velocidade comercial dos ônibus consequentemente diminuiu.

Ao contrário do que se pode imaginar, a instalação dos semáforos em frente à loja Havan não causou impactos ao sistema, justamente pelo atrasos que já haviam sido constatados com a pandemia. De acordo com a gerente operacional da empresa Noiva do Mar Mobilidade, Edneuman Assunção, a intervenção não é considerada negativa, pois com ela a conversão dos veículos na rodovia passou a ser realizada de forma mais segura.

Ela explicou que logo no início da implantação dos equipamentos foram registrados atrasos decorrentes da mudança em aplicação, mas logo foram sanados. A gestora também acredita que os congestionamentos que estão sendo formados deverão ser minimizados com a configuração dos semáforos, situação que já deve estar sendo estudada pela Secretaria Municipal de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança (SMMAS).

A obra também é vista com bons olhos pelo fato de ser uma pequena demonstração de como ficará a ERS 734 ao final da duplicação, como anunciado pelo governador do estado, Eduardo Leite. "O que se espera é que a obra de duplicação da rodovia esteja alinhada com o Plano de Mobilidade Urbana e que estabeleça uma prioridade ao transporte coletivo", afirmou Edneuman.

Após ser concluída, a duplicação possibilitará um aumento da velocidade comercial dos veículos, o que refletirá na redução do tempo de viagem. Nos últimos meses, a empresa registrou um aumento nos problemas nos veículos, causados principalmente pelas más condições dos acessos aos pontos. "As más condições ampliam o tempo de viagem, trazem mais insegurança aos usuários e aumentam os custos operacionais", lamentou a gestora.

Na visão de Edneuman, o sistema precisa ser priorizado pela obra, pois se não houver um investimento no transporte de massa, a formação de novos congestionamentos será apenas uma questão de tempo. "Segundo a Política Nacional de Mobilidade Urbana, existe a chamada Pirâmide Invertida de Tráfego, onde o transporte coletivo ocupa posição principal sobre o individual, a fim de melhorar as condições de fluidez do trânsito", concluiu ela.