ENTIDADES SE DIVIDEM ENTRE APOIAR OU NÃO A PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS

  • Em um vídeo que está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp, representantes da classe dos caminhoneiros que atuam no Porto de Santos informam que não irão aderir ao movimento. Foto: Divulgação/Frame de vídeo

Com a proximidade do dia 1º de fevereiro, data em que os caminhoneiros prometem realizar um ato de paralisação, começam a surgir com mais frequência vídeos e publicações nas redes sociais sobre a adesão da categoria ao movimento. Além disso, comunicados de instituições ligadas aos trabalhadores afirmam e outros negam participação.

É o caso de Rio Grande, onde a Cooperativa dos Transportadores Autônomos Rodoviários de Cargas de Rio Grande (Cootracam) informou em nota “que não está participando ou apoiando qualquer espécie de paralisação de caminhoneiros autônomos neste momento”. A entidade diz, ainda, que, enquanto houver segurança, as operações estão mantidas.

No documento, assinado pelo presidente Gregori Teixeira Rios, a entidade diz que “vivemos em um momento de pandemia no mundo, setores dizimados economicamente e milhares de vidas perdidas, com isto entendemos qualquer movimento de paralisação neste momento é inoportuno, a saúde das pessoas e distribuição das vacinas deve ser o foco principal”.

O Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Rio Grande (Sindicam) confirmou a participação no movimento. Segundo o presidente, José Roberto Tadeu da Rosa, a orientação é para que não haja bloqueio de rodovias e que seja permitida passagem de automóveis, ônibus, viaturas de emergência, entre outros.

“Estamos passando para o pessoal que não bloqueiem a rodovia e deixem a passagem livre para automóveis, ônibus, insumos para hospital, veículos oficiais, polícia, ambulância e que não tranquem carga viva para os animais não ficarem sofrendo na torreira do sol. Isso é o que nós estamos passando para o pessoal, para fazer um movimento ordeiro e pacífico”, disse.

Em um vídeo que está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp, representantes da classe dos caminhoneiros que atuam no Porto de Santos informam que não irão aderir ao movimento. “Foi decidido hoje que nós não iremos aderir ao movimento grevista do dia 1º de fevereiro”, afirmou o sindicalista que não teve o nome divulgado.

A reunião com as 16 entidades que representam o segmento de transporte teria acontecido nesta quinta-feira. Os caminhoneiros disseram que as reivindicações são justas, porém o país está passando por um momento de muita dificuldade e que os caminhoneiros precisam ter respeito e seriedade.

No estado do Ceará, a posição da classe patronal é de reprovação do movimento. De acordo com o gerente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Ceará (Setcarce), Espedito Roseo Júnior, a posição é totalmente contrária a paralisação e o entendimento é de que os caminhoneiros cearenses não estão com esse pensamento.

A reportagem do site Papareia News tentou contato com o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Ceará que, segundo as informações, também seria contrário a paralisação, mas não obteve retorno. Já o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte de Cargas, Mudanças, Bens e Logística e do Motorista na Indústria, no Comércio e Serviço do Ceará (Sindicam-CE) disse que apoia o movimento.