Em média, 800 litros de água são tratados por segundo na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em Rio Grande. Enquanto você tomava conhecimento dessa informação, mais 6.400 litros foram disponibilizados aos consumidores e o funcionamento do espaço se dá de forma ininterrupta durante as 24 horas do dia.

De acordo com o coordenador operacional, engenheiro Alexandre Schneid, a estrutura foi inaugurada no ano de 1982 e antes disso, o tratamento era realizado na antiga Hidráulica. A água que chega até a ETA é captada do Canal São Gonçalo por duas estações de bombeamento e corre por um canal de 24 km de extensão construído especialmente para esse fim.

Ao chegar na estação, a água bruta é distribuída em três tanques de três metros e meio de profundidade cada um e é nesse momento que ocorre a decantação do barro que vem junto com a água captada no São Gonçalo. Nesse local existe uma terceira bomba que joga essa água no chamado bloco hidráulico, onde tem início o tratamento.

O primeiro produto químico a ser inserido na água é o sulfato de alumínio que funciona como um agente floculante, ou seja, agrupa pequenas partículas de matéria orgânica. O segundo dessa lista é o cal que atua como um agente alcalinizante que serve para o ajuste do pH da água e também é essencial para reagir com o sulfato de alumínio.

O cloro é o terceiro, porém sua utilização se dá em duas etapas: a pré-cloração que auxilia na oxidação do ferro e do manganês. Já a pós-cloração tem como objetivo a desinfecção, ou seja, evitar a existência de substâncias que possam causar algum tipo de malefício para a saúde dos consumidores da água tratada.

Após receber o sulfato de alumínio e o cal, a água vai para o floculador, local em que os flocos de matéria orgânica ficam maiores e mais visíveis. Na sequência, ela segue para o decantador, onde esses pequenos pedaços são levados para o fundo e a água começa a ficar mais limpa e até mesmo cristalina.

Ao sair do decantador, a água é levada para o filtro, onde ocorre a retenção da turbidez ou de algum floco que, por ventura, tenha escapado dos primeiros processos. Depois disso, ela é encaminhada para a câmara de mistura, onde acontece a fase da pós-cloração e a adição do ácido fluossilícico para proteção dos dentes contra cáries.

Ao concluir esse percurso, a água é então armazenada em um tanque semi enterrado com capacidade de cinco milhões de litros, local em que é finalmente distribuída para os reservatórios. São as bombas existentes nesse espaço que garantem com que a água chegue nas torneiras com a pressão adequada.

Testes rigorosos são feitos durante o processo de tratamento

Para atender as normatizações internas e também a regramentos federais, são realizados testes de hora em hora com amostras que são coletadas ao longo e final do percurso do tratamento. Além disso, a Corsan realiza pelo menos 147 análises ao longo da rede por mês para atestar que a água tratada está chegando com a mesma qualidade em todas as unidades consumidoras.

A região sul conta com três químicos específicos para a realização dessas análises, porém, em razão do contingente populacional do município, Rio Grande conta com um profissional exclusivo. A cidade é uma das cinco do estado a possuir uma Unidade Especial de Saneamento, junto a Santa Maria, Canoas e Gramado e Canela.