Pesquisadores do projeto Pro Franca desembarcaram no final da tarde desta quarta-feira em Rio Grande. A movimentação atípica de aeronaves no aeroporto local chamou a atenção de algumas pessoas, já que com o período de pandemia e o término da parceria entre a Gol e a Two Flex, os pousos e decolagens que eram diários passaram a se tornar escassos.

Os profissionais iniciam nesta quinta-feira um sobrevoo pelo litoral gaúcho, a partir do Chuí, até o estado do Paraná com o objetivo de monitorar a ocorrência de baleias-francas na região sul do país. A escolha de parada em Rio Grande se deu por questões de logística e também pela cidade ser referência por conta do trabalho de estudiosos sobre o tema na Furg.

A baleia-franca-austral está incluída na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção e o projeto, realizado pelo Instituto Australis, com o patrocínio da Petrobras, tem como objetivo observar o desenvolvimento destes animais na costa sul brasileira. Setembro é considerado o mês onde a temporada reprodutiva da espécie atinge o seu pico.

De acordo com o material informativo elaborado pelo projeto, a reprodução desses animais acontece em águas quentes e calmas, durante os períodos de inverno e da primavera. A gestação de uma baleia-franca-austral tem duração de um ano e ao nascer, o filhote possui cerca de quatro metros de comprimento e chega a pesar cinco toneladas.

Ainda conforme a equipe do projeto, “a baleia-franca é uma espécie costeira durante o período reprodutivo (julho a novembro). Costumam nadar logo após a arrebentação das ondas, sendo possível avistá-las a partir das praias e dos costões”. O animal é a única espécie de baleia ainda ameaçada de extinção que se reproduz na costa brasileira.