PREFEITURA APRESENTA DADOS SOBRE NÍVEIS DE EMPREGO EM RIO GRANDE EM 2020

  • Tendo como referência apenas o período de março e maio, quando foram determinadas as primeiras restrições em função da COVID-19, foram 1401 empregados a menos em Rio Grande. Foto: Divulgação

Como os demais municípios do estado e do país, Rio Grande também tem sido afetada economicamente pela pandemia de Coronavírus, que já teve 12 milhões de casos confirmados no mundo. Neste contexto, os setores comerciais, industriais e de serviços têm sido fortemente atingidos, uma vez que umas das principais medidas de prevenção recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), assim como demais órgãos de saúde, é o distanciamento social.

A estratégia visa reduzir a transmissibilidade do vírus e, por consequência, o número de hospitalizações e óbitos, mas influencia diretamente as atividades econômicas. Apesar de Rio Grande ter sido uma das cidades que por mais tempo estendeu o fechamento das atividades econômicas no início da pandemia no Brasil, os números mostram que, em comparação com outras grandes cidades do estado, nosso município não está entre os que tiveram maior redução percentual de empregados.

Nesse sentido, o prefeito Alexandre Lindenmeyer ressaltou que, além dos efeitos na economia causados pela pandemia, o Brasil vinha desde final de 2019 com crescimento “ínfimo”, projetando aumento de 0,1% no PIB. Assim, segundo o prefeito, a projeção já era de muita dificuldade e a pandemia agravou a situação, “gerando um cenário de recessão e aumento do número de desempregados, que no início do ano, já eram mais de 13 milhões no país”.

Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, (CAGED), coletados pela Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Turismo (SMDIT), entre as doze cidades mais populosas do estado (Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Rio Grande, Alvorada e Passo Fundo), Rio Grande foi uma das que apresentou menor retração no número de empregados em maio, último mês com dados disponíveis, com redução de 3,35%, atrás apenas de Passo Fundo (-2,28%) e São Leopoldo (-3,31%), que tiveram os menores impactos. Os dados são públicos e podem ser acessados no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na opção “Painel de Informações do Novo CAGED”.

Considerando dados do início do ano até final de maio, a diminuição do número de empregados em Rio Grande foi de 3,54%, números semelhantes ao registrado em Porto Alegre (-3,53%) e Santa Maria(-3,54%), sendo que apenas Passo Fundo (-2,33%) teve menor retração no período. Em números totais, de janeiro a maio, Rio Grande registrou 4558 novas admissões e 5796 demissões, o que representa menos 1238 pessoas empregadas. O setor mais afetado no período foi o comércio, com redução de 829 empregados.

Na indústria, por outro lado, houve aumento do número de empregados nesses meses, com 1014 admissões e 740 desligamentos, um saldo positivo de 274. Comparando com Pelotas, outro grande município da região sul, de janeiro a maio a cidade vizinha apresentou 7865 admissões e 10784 demissões, um saldo negativo de 2919 empregados. Deste saldo, foram -1560 empregados no comércio e -585 na indústria.

Tendo como referência apenas o período de março e maio, quando foram determinadas as primeiras restrições em função da COVID-19, foram 1401 empregados a menos em Rio Grande. O comércio novamente apresentou maior redução, com saldo negativo de 630 (537 admissões e 1167 desligamentos). Mesmo durante esse período, a indústria no município registrou aumento do número de empregados: 528 admissões e 437 desligamentos, saldo positivo de 91.

O prefeito Lindenmeyer também comentou a respeito das medidas restritivas determinadas em diferentes períodos no município e seus impactos na economia. “As medidas que adotamos aqui em um determinado momento foram no sentido de diminuir o risco de uma parada geral na nossa cidade, a exemplo do que ocorreu em outros locais. No mês de maio acabamos gerando maior flexibilização, e o resultado é que, com a maior circulação de pessoas, muitas delas não cumprindo a orientação de só sair de casa quando necessário, tivemos o aumento da propagação do vírus e acabamos tomando medidas mais radicais para que possamos reverter este cenário na nossa cidade. Evidentemente que isso traz transtorno para a economia local, mas não tenho dúvida nenhuma que quanto menor a propagação e os casos de COVID-19, mais rápido vamos poder sair desse cenário de dificuldade também na economia. É um cenário complexo, mas tenho convicção que nós vamos passar por esse cenário tão difícil. Principalmente pelos empreendimentos que estão sendo construídos na nossa cidade, além daqueles que estão com processos em tramitação”, argumentou.

Segundo Cláudio Dutra, secretário responsável pela SMDIT, apesar de Rio Grande estar entre as maiores cidades do estado que tiveram menores perdas de empregos, isso não é visto como fator positivo pelo poder público. "Tivemos quedas nos níveis de empregos nesse período e, apesar de Rio Grande ter uma perda menor em relação a outros municípios do estado, isso não nos traz alegria. É um fato de grande preocupação, preocupação ainda maior pelas quedas nos setores do comércio e de serviços, que empregam muita gente. E também pudemos ver que os microempreendedores individuais tiveram grandes dificuldades”, afirmou.

Sobre os Microempreendedores Individuais, Dutra ainda salientou que houve muita pressão ao governo federal para que eles também fossem auxiliados, pois não existiam “políticas de incentivo para que essas empresas continuassem mantendo seus negócios”. Nesse sentido, o secretário ainda frisou que a prefeitura desenvolveu algumas ações de auxílio para o setor.

Cláudio ainda acrescentou que, segundo o último senso do SEBRAE haviam 19 mil empresas em Rio Grande, sendo que 17 mil eram de microempreendedores individuais, micro empresas e empresas de pequeno porte, e que por isso o setor é responsável por empregar um número muito grande de pessoas.