ECOMUSEU DA PICADA – 25 ANOS DE MERGULHO NA HISTÓRIA DOS IMIGRANTES AÇORIANOS

  • A origem do Ecomuseu surgiu depois de uma viagem a Portugal em 1993, enquanto diretora cultural do Centro Português, quando teve a oportunidade de conhecer as nove ilhas dos Açores. Fotos: Rodrigo de Aguiar/Papareia News

Na próxima quarta-feira, o Ecomuseu da Picada completa 25 anos de fundação. O casarão histórico do século XIX está localizado em uma área de 30 hectares, na estrada de acesso à Torotama, distante três quilômetros da BR 392. No espaço é possível ter um contato direto com a natureza, com a história dos açorianos e com figueiras que possuem mais de 500 anos.

De acordo com a diretora-fundadora e acadêmica de Museologia, Dulce Medonça, a área foi herdada da avó e anteriormente funcionava como residência familiar. A origem do Ecomuseu surgiu depois de uma viagem a Portugal em 1993, enquanto diretora cultural do Centro Português, quando teve a oportunidade de conhecer as nove ilhas dos Açores.

Ao retornar para o município, ela batizou a propriedade como Residencial Angra do Heroísmo, em homenagem à cidade localizada na costa sul da ilha Terceira. No ano de 1995, Porto Alegre sediou um seminário para marcar os 250 anos de assinatura do primeiro tratado para o envio de açorianos para o sul do Brasil, ocasião em que participou como representante da Furg.

20200619_154900No evento, Dulce foi apresentada ao etnólogo da Universidade dos Açores, Rui de Souza Martins, que revelou o desejo de conhecer Rio Grande, considerada porto de entrada dos primeiros imigrantes no estado. Já na cidade, Martins visitou a propriedade e depois de muitas caminhadas perguntou o porquê do nome dado ao local.

“Lembro que ele me disse que eu não poderia homenagear alguém de fora sem homenagear a minha família que por muitos anos morou aqui”, recordou. O nome Picada se refere ao fato dos primeiros moradores terem de cortar o mato para acessar a propriedade, cuja ligação rodoviária surgiu somente a partir da década de 1940.

Rui foi o primeiro a esboçar em uma folha de papel o nome Ecomuseu da Picada, nome que é mantido até os dias atuais. Os passeios com direito a um mergulho na história acontecem mediante agendamento e quem visita o espaço tem a oportunidade de entrar em contato com uma mata ciliar e com um local preparado pelo natureza com mais de 123 milhões de anos.

Interessados devem entrar em contato pelo telefone 99954-0500 e falar diretamente com Dulce. Atualmente, a diretora tem se dedicado ao ensino do Ikebana, uma arte japonesa de arranjos florais e que o visitante tem a oportunidade de aprender as técnicas e levar uma flor harmoniosa como lembrança.