SÉRIE VILA DA QUINTA EP. 1 - A HISTÓRIA DE UM DISTRITO CENTENÁRIO

  • Primeiros passageiros da linha Quinta x Taim x Santa Vitória do Palmar, que era realizada três vezes por mês em veículos puxados por cavalos. Fotos: Acervo Cledenir Vergara

O dia 31 de dezembro de 1909 marca a criação do Distrito Júlio de Castilhos, na cidade do Rio Grande, local de pioneirismo e empreendedorismo. O nome Vila da Quinta foi adotado apenas em 1938, quando o local já possuía em sua estrutura cartório, igreja, escola agrícola, pequenos hoteis, cooperativa de cebola, entre outros negócios.

Para entender a origem do nome do bairro, é preciso mergulhar um pouco mais em sua história centenária. Segundo o blog Estação Quinta, mantido pelo historiador Cledenir Vergara, o nome deriva "de uma enorme quinta de árvores frutíferas de uma residência que existia na estrada que segue para o Taim", cujo antigo casarão desabou há mais de 20 anos.

Essa descrição também está presente no inventário de Sebastião José Castanheira, de 1862, quando a área que lhe pertencia foi dividida em nove partes para seus herdeiros. Na cláusula 11 do documento o local é mencionado como "huma horta de arvoredo de fructas por hum conto de réis - lugar denominado Quinta".

Antes mesmo da emancipação em 1909, surgiram serviços e indústrias, como a empresa de transportes de Quintino Machado, em 1900, que realizava a linha Quinta x Taim x Santa Vitória do Palmar três vezes ao mês, utilizando veículos puxados por cavalos. Mais cedo, em 1892, passou a funcionar a fábrica de Pentes e Barbatanas ao lado da estação ferroviária.

Ensino público surge dez anos antes da emancipação

WhatsApp Image 2020-05-21 at 16.53.29Nessa época, o ensino distrital também estava começando a ganhar espaço. Depois da Ilha dos Marinheiros, Taim e Ilha da Torotama, a primeira aula pública da Vila da Quinta foi realizada em 1899, com a professora Antônia Albuquerque aplicando conhecimentos para as meninas e o professor Rodolfo Orfino para os meninos.

No ano de 1909, a professora Maria Iveta de Araújo veio da cidade de Herval para Rio Grande, na companhia da irmã Maria Lília Araújo, também professora. Lília trabalhou nas escolas Bibiano de Almeida e Juvenal Miller e anos depois casou com o capitão Frutuoso das Neves, com quem teve dois filhos.

Depois de casada, Lília passou a utilizar o sobrenome Neves e durante as férias escolares dava aulas de ajuda e ensinava música e piano para as crianças da então Vila Júlio de Castilhos até falecer, em 1922, com 45 anos. No ano de 1915, surgia a Escola Agrícola da Quinta que teve os padres josefinos na direção até 1922.

A partir de então, a administração foi transferida aos professores José Antônio Martins Carneiro e Olga Mendonça, os quais se mantiveram à frente da instituição até seu fechamento em 1926. Um ano depois, a escola foi reaberta com o nome de Escola Municipal da Quinta e em 1939 foi batizada de Escola Lília Neves.

A série tem o oferecimento de Agropecuária Mendonça. Especializada em produtos agrícolas, veterinários e pet shop, na Rua Coronel Salgado, nº 338, Vila da Quinta. Telefones 3036-6669 e 99919-3902.

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