Mesmo com um volume satisfatório de vendas durante o periodo de pandemia do coronavírus, o setor supermercadista começa a pensar seu planejamento estratégico visando a sequência do ano e os hábitos de consumo das pessoas ao final das medidas de incentivo à economia propostas pelo governo federal. Com esta situação, o cenário que se projeta para o segundo semestre é de dificuldades e de quedas nos resultados.

De acordo com o vice-presidente dos supermercados Peruzzo, Lindonor Peruzzo Júnior, o impacto neste setor foi bastante positivo, em virtude da manutenção do funcionamento dos estabelecimentos em relação aos demais por estarem incluídos como serviços essenciais. "A grande maioria teve um incremento, em cima da projeção que já havia de crescimento de vendas, para esse período depois que surgiu a pandemia", explicou.

A correria aos supermercados foi uma das marcas do início do isolamento social, em razão do medo de desabastecimento pelas pessoas, o que acabou não acontecendo. "Foi uma euforia. Obviamente, as pessoas que compraram um fardo de arroz e consomem cinco quilos a cada semana, esse um fardo de arroz durou seis semanas. Então esse consumo não aumentou, as pessoas não estão comendo mais, elas acabaram postergando e demoraram um pouco mais para se reabastecer", argumentou.

Peruzzo destacou também que com o fechamento dos restaurantes por conta das medidas restritivas, o público consumidor desse tipo de serviço migrou para os supermercados. "Esse volume de clientes acabou comprando mais em supermercados também. Então esse mercado que era do restaurante acabou vindo para o varejo supermercadista e hoje as pessoas estão cozinhando muito mais em casa", pontuou o executivo.

Com relação às práticas de consumo dos clientes pós-pandemia, Peruzzo acredita que as pessoas serão mais cuidadosas com relação a higiene e a venda online deverá aumentar consideravelmente. "As empresas também estão investindo em tecnologia, entre elas a nossa, está avaliando vários sistemas de e-comerce para começar a atuar nesse segmento que até então estava muito longe do nosso dia-a-dia", explicou.

Ainda em relação a tecnologia, Lindonor sustenta que elas vieram para ficar e devem se tornar cada vez mais populares entre as pessoas, como reuniões e palestras online, entre outras ações que se tornaram comuns nesse período. "Eu temo com relação ao contato interpessoal que eu acho que é muito importante e temos que seguir fazendo. Eu aprendi com meu pai que o network é muito importante, conhecer as pessoas e nos relacionarmos bem para conhecermos a realidades dos outros setores", finalizou.