ESTIAGEM FRUSTRA 50% DA SAFRA DE SOJA NO ESTADO


A estiagem que atinge o Rio Grande do Sul nos últimos meses é a responsável pela frustração de pelo menos 50% da safra de soja prevista para o ano de 2020. Apesar dos impactos causados pelo coronavírus na economia, ele não é, nem de perto, o vilão principal desse resultado.

No entanto, a movimentação do grão pelo Porto do Rio Grande gerou números bastante otimistas, porém a dúvida está no cenário que se projeta para os próximos meses. No mercado externo, a soja é regulada pela Bolsa de Chicago e o preço de sua saca varia de acordo com a situação da sua produção.

A soja que é consumida no mundo é resultado do cultivo em apenas três países e todos localizados no continente americano: Argentina, Brasil e Estados Unidos ditam como se movimentará o mercado ao início de cada uma das safras. Nos últimos meses, o volume de caminhões que chegam aos terminais graneleiros aumentou em relação ao ano passado.

De acordo com o coordenador do Movimento Aliança Rio Grande e presidente da Câmara de Comércio da cidade do Rio Grande , Antônio Carlos Bacchieri Duarte, mesmo com a frustração da safra, "a estiagem ajudou na colheita, sendo ela feita rapidamente pelo volume, e no escoamento. Nós tivemos esses meses de abril e maio com pouca chuva e os navios puderam carregar plenamente".

O problema da estiagem está no fato de que a economia gaúcha já estava acostumada com a safra durante todo o ano e em 2020 isso certamente não acontecerá, conforme pontuou Bacchieri. Além de exportar o grão in natura, as indústrias rio-grandinas trabalham na produção do óleo e do farelo.

Ainda conforme Bacchieri, a saca da soja é vendida de acordo com a bolsa de Chicago, os produtores que colheram, mesmo com a frustração, estão podendo auferir razoáveis resultados. "Fico muito contente de ver todos os dias esse número grande de caminhões chegando em Rio Grande", comemorou.

A pandemia do coronavírus em pouco afetou a produtividade, porém trouxe uma série de medidas e cumprimento de protocolos pré estabelecidos pelas autoridades sanitárias que passaram a ser colocadas em prática nas empresas. O uso de máscaras se tornou obrigatório, a movimentação dos refeitórios foi otimizada para evitar aglomerações, entre outras ações preventivas.