ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO TRANSPORTE PÚBLICO COBRAM APOIO DO GOVERNO FEDERAL

  • No programa Tarifa Social, os bilhetes seriam adquiridos e cedidos a pessoas em situação de vulnerabilidade social que necessitam de deslocamento. Foto: Divulgação/NTU

O alerta feito pelas empresas de ônibus de Rio Grande sobre a possibilidade de um colapso no sistema também é compartilhado e visto com preocupação por instituições que representam o setor a nivel nacional. Entre todos os compromissos gerados pela atividade, a principal preocupação das operadoras é com relação a forma de pagamento da folha do mês de abril, uma vez que a demanda registrou uma queda de cerca de 80% em todo o país e um prejuízo de R$ 2,5 bilhões.

Uma dessas entidades é a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que cobra do governo federal a tomada de alguma decisão para socorrer o sistema. Em um documento assinado pela NTU, o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), é sugerido ao Ministério da Economia a criação do Programa Transporte Social, onde o governo seria responsável pela aquisição de passagens no valor do prejuízo estimado pelas empresas.

Esses bilhetes seriam adquiridos e cedidos a pessoas em situação de vulnerabilidade social que necessitam de deslocamento. Segundo o presidente da NTU, Otávio Cunha, "o governo pode adquirir os créditos eletrônicos e ceder essas passagens para quem precisa fazer seus deslocamentos essenciais, complementando o auxílio a ser dado aos trabalhadores informais que vão receber o apoio de R$ 600 durante a crise". Ele completou dizendo que o benefício também pode ser estendido aos desempregados e as famílias carentes.

Nesse sentido, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP) apresentou uma emenda aditiva à medida provisória 936, instituindo o Programa Emergencial Transporte Social do governo federal e acolhendo o pedido feito pelas entidades representativas. Segundo o parlamentar, o assunto está sendo negociado em duas frentes, sendo uma direto com o governo e outra legislativa, cuja emenda deve começar a ser votada nos próximos dias em um rito novo, que não tem o período de 90 dias tradicional das medidas provisórias.

"Nós estamos negociando em duas frentes: uma direto com o governo, que não acho que será fácil. E outra legislativa. Eu emendei na medida provisória que eu acho que a partir da semana que vem começa a entrar em processo de votação em um rito novo, quando é pautada designa relator de plenário, então vai ser muito ruim de articular. Não é como 90 dias que a gente tinha nas outras medidas provisórias. Então tem que mobilizar, mas vai ser uma mobilização em cima da hora", explicou.

Na visão dos gestores das empresas Noiva do Mar Mobilidade e Transpessoal a proposta do programa Tarifa Social resolveria um problema imediato dos operadores e evitaria que as empresas parassem de funcionar agora, mas não solucionaria de fato a questão. Revisão de benefícios e concessão de subsídios seguem sendo as alternativas mais viáveis para a sobrevivência do setor em épocas de incentivo ao transporte individual.